Ex-vereador que propôs Dia do Patriota para 8/1 se arrependeu
O ex-vereador de Porto Alegre Alexandre Bobadra (foto), que propôs o Dia do Patriota, disse em entrevista que está arrependido de ter escolhido o dia para 8 de janeiro para a celebração...
O ex-vereador de Porto Alegre Alexandre Bobadra (foto), que propôs o Dia do Patriota, disse em entrevista que está arrependido de ter escolhido o dia para 8 de janeiro para a celebração. O 8 de janeiro deste ano entrou para a história como o dia da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
Na última sexta-feira (25) a Câmara dos vereadores da capital do Rio Grande do Sul promulgou a lei que institui o 8 de janeiro como o Dia do Patriota. Bobadra disse ao portal GZH que, “se pudesse voltar no tempo, colocaria no dia 7 de setembro”. “O projeto é bacana, é legal, mas poderia ser dia 7 de setembro”, dia da Proclamação da República.
O ex-vereador disse que, no dia dos ataques, estava em Santa Catarina, com a família, e que não sabia o que estava acontecendo em Brasília.
Junto com uma onda de críticas, foi apresentada na Câmara Municipal de Porto Alegre uma série de projetos de lei para modificar e revogar a Lei do Dia do Patriota. Além disso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que declare a sua inconstitucionalidade.
Bobara admitiu que não leu o projeto antes de protocolá-lo. “A gente participa de sessão na segunda e na quarta, terça-feira tem comissões, e quinta, sexta e sábado a gente visita a base e fiscaliza. A gente quer ir atrás do nosso eleitorado. Tu acha que vou olhar projeto por projeto?”, contou o ex-vereador.
Para encerrar, ele tenta se justificar, dizendo que não quer “enfrentar a Teoria do Montesquieu, que é a separação dos poderes”. “Sempre respeitei o Poder Judiciário, a Justiça Eleitoral, o Estado de Direito. Eu sou servidor público, sou advogado de formação, sou pai de família. Eu queria homenagear o patriota, não queria homenagear quem invadiu o Palácio”, completou.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que a lei deixará de existir em breve. “Uma lei pode homenagear uma data de perpetração de crimes, como o 8 de janeiro? Ainda mais associando crimes a patriotismo? Sob a ótica do Direito Constitucional, a resposta é muito clara. A lei afronta os princípios da moralidade, da forma republicana, do sistema representativo e do regime democrático. A expunção da lei é uma questão de tempo”, escreveu neste sábado (26) nas redes sociais.
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