Ex-secretário pode ter auxiliado fuga e blindado ação dos EUA contra Rei Arthur
A Lava Jato reuniu indícios de que Astério Pereira dos Santos pode ter ajudado na fuga do empresário Arthur Soares, conhecido como o Rei Arthur. Os investigadores ainda suspeitam que ele usou o cargo de secretário nacional de Justiça do governo Temer para blindar investigações dos EUA contra o amigo...
A Lava Jato reuniu indícios de que Astério Pereira dos Santos pode ter ajudado na fuga do empresário Arthur Soares, conhecido como o Rei Arthur. Os investigadores ainda suspeitam que ele usou o cargo de secretário nacional de Justiça do governo Temer para blindar investigações dos EUA contra o amigo.
A Lava Jato aponta uma relação próxima entre Santos e Soraes, que é acusado de envolvimento em um escândalo internacional: a compra de votos para a eleição do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016.
“No que tange, especificamente ao Astério deve-se mensurar a sua forte influência na Administração Pública, inclusive em âmbito nacional, isso porque há indícios de que tenha auxiliado o acusado Arthur Soares a deixar o país, já quando se fazia iminente o cumprimento de ordem de prisão preventiva em seu desfavor”, afirmou o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara da Justiça Federal do Rio.
Em dua delação, Ricardo Rodrigues, sócio de Soares, afirmou que, em fevereiro de 2018, almoçava em Miami com o amigo, quando ele revelou que tinha fechado um acordo de colaboração com o Departamento de Justiça Americano. No encontro, ele disse que Soares revelou que fugiu para os EUA depois que recebeu uma ligação quando estava em Portugal e foi alertado que o Ministério da Justiça no Brasil tinha recebido informações do Exterior e que sua prisão estava iminente.
Santos ocupou o cargo de secretário Nacional de Justiça em março de 2017, na gestão de Michel Temer. Naquela época, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional recebeu um pedido de cooperação dos EUA para prisão e à indisponibilidade de bens de Soares.
“Ocorre que, nesse período de 2017, tramitou no DRCI, departamento vinculado à referida secretaria, pedido de cooperação com os EUA relativo à prisão e à indisponibilidade de bens de Arthur Soares, sendo bem provável que Astério, secretário à época, tenha repassado as informações sigilosas ao ainda foragido Rei Arthur, mormente pela já mencionada relação de amizade entre eles”.
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