Esquerda e direita brasileiras costuram apoios em Washington
Congresso americano agenda audiência para discutir democracia e Estado de Direito no Brasil
O Congresso americano agendou para a próxima terça-feira, 7, uma audiência com o nome “Brasil: uma crise da democracia, da liberdade e do Estado de Direito?”.
Deverão ser ouvidos o jornalista americano Michael Shellenberger (foto), divulgador dos Twitter Files sobre o Brasil no X, o presidente e fundador da plataforma de vídeos Rumble, Christopher Pavlovski, e o radical de direita Paulo Figueiredo.
A audiência é uma iniciativa do subcomitê de Saúde Global, Direitos Humanos Globais e Organizações Internacionais da câmara dos deputados dos Estados Unidos, presidida pelo republicano Christopher Smith.
Em março, Smith recebeu uma comitiva de parlamentares brasileiros encabeçada por Eduardo Bolsonaro. Coube a ele também a iniciativa de requisitar ao X, do bilionário Elon Musk, as ordens judiciais de retirada de perfis e conteúdos direcionadas à empresa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgando-as num dossiê.
Contra-ataque
Enquanto a direita brasileira se articula com deputados republicanos, representantes da esquerda também visitam Washington para “discutir a democracia nos dois países”, segundo postou a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) em suas redes sociais.
Nesta terça, 30, a comitiva, que também conta com parlamentares como Humberto Costa (PT-PE) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), visitou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização de Estados Americanos (OEA) e propôs a criação de uma relatoria permanente de crimes contra a democracia.
Eles também devem ter encontros no Congresso americano.
Intrigas internacionais
Em sua edição desta semana, a revista Crusoé mostrou como nos últimos anos a direita brasileira conseguiu romper a hegemonia da esquerda nas articulações internacionais.
Além de contatos nos Estados Unidos, políticos do entorno de Jair Bolsonaro também cultivam laços com governantes como Viktor Orbán, o líder autoritário da Hungria. Nesta semana, Eduardo Bolsonaro entregou a Orban a “medalha dos três Is” — imbrochável, incomível e imorrível — criada por seu pai.
Diante disso, passaram a fazer parte até mesmo de discursos de Lula menções à existência de uma “internacional fascista”.
“O alvoroço se dá principalmente porque esse era um campo em que a esquerda reinava soberana, criando organizações como o Foro de São Paulo e assinando acordos com as ditaduras da China e da Rússia”, registra Crusoé. “A entrada tardia do bolsonarismo nessa seara acirrou os ânimos”.
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