‘Escritório’ de combate ao crime articula estratégia contra fuzis no Rio
Secretários de Segurança do Rio e nacional realizam primeira reunião do comitê nesta terça, 4
A primeira reunião do Escritório de Combate ao Crime Organizado, realizada entre o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, e o secretário nacional de Segurança Pública Mário, Luiz Sarrubbo, terminou com a promessa de articular uma estratégia para impedir a chegada de fuzis e outros armamentos para o Estado.
O encontro foi o primeiro do escritório anunciado na última semana pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o governador do Rio, Cláudio Castro, após a megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) na Penha e Alemão.
“A entrada de armas no Rio de Janeiro vem de vários pontos do país e do exterior, portanto é necessário o envolvimento de toda a nação. Vamos chamar o Brasil para este diálogo. Foi uma reunião de alinhamento e integração no combate ao crime organizado. Tenho certeza de que teremos respostas eficientes e desestruturantes para a criminalidade“, afirmou Sarrubo.
“Vamos potencializar o projeto Cifra (Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos), que tem dado resultados positivos e pode dar ainda mais resultados positivos, e pode ainda mais com maior estrutura, mais nomes”, continuou.
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Origem
Como mostramos em Crusoé, o principal país de origem dos fuzis continua sendo os Estados Unidos.
De acordo com pesquisa do Instituto Sou da Paz, os EUA ocupam o segundo lugar entre as marcas de armas apreendidas com organizações criminosas no Sudeste.
Ficam atrás apenas do próprio Brasil.
Na sequência, aparecem Alemanha e Bélgica.
Mais apreensões
O levantamento mostra que o número de armas de estilo militar – como fuzis, submetralhadoras e metralhadoras – cresceu 11,4% entre 2019 e 2023, passando de 1.494 para 1.665 unidades apreendidas.
“Embora sua participação seja menor – menos de 5% das apreensões -, essas armas de alto poder de fogo exigem atenção especial devido à sua letalidade, como também sua capacidade de ameaçar e vitimar as forças de segurança, permitindo dominar populações em áreas sob controle criminoso”, afirma Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz.
Carolina diz ser legítimo a cobrança do governo Trump por medidas mais firmes do Brasil contra o crime organizado.
No entanto, segundo ela, Washington precisa reconhecer que é parte do problema.
“Se o governo norte-americano considera que a expansão do crime organizado o afeta e, por isso, pressiona o Brasil a adotar medidas para conter esse avanço — como já fez em relação ao México e ao Canadá —, precisa também reconhecer que a falta de um controle eficiente de armas nos EUA contribui diretamente para o armamento do crime organizado no Brasil”.
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