ENTREVISTA: “Pouco sei mexer com PowerPoint”, diz novo coordenador da Lava Jato
Em entrevista exclusiva ao Gabinete de Crise, o procurador Alessandro de Oliveira, novo coordenador da Lava Jato, garante que o "sonho de um país com menos corrupção" não acaba com a saída de Deltan Dallagnol. "Ele vai ser retomado e espero que, daqui a um tempo, a gente possa estar lidando com dados, números, consequências e com fatos. Acabar a corrupção não vai acabar, mas o Brasil precisa evoluir muito nesse sentido."...
Em entrevista exclusiva ao Gabinete de Crise, o procurador Alessandro de Oliveira, novo coordenador da Lava Jato, garante que o “sonho de um país com menos corrupção” não acaba com a saída de Deltan Dallagnol.
“Ele vai ser retomado e espero que, daqui a um tempo, a gente possa estar lidando com dados, números, consequências e com fatos. Acabar a corrupção não vai acabar, mas o Brasil precisa evoluir muito nesse sentido.”
Oliveira prefere não comentar os ataques frequentes de Augusto Aras à Lava Jato, nem a tentativa de acesso às bases de dados da força-tarefa. Mas defende a autonomia do Ministério Público, assim como a parceria implementada nas investigações com outros órgãos, como Polícia Federal, Receita e até com o Judiciário.
“Essa sinergia é fundamental para o efetivo combate ao crime. Ninguém consegue fazer isso sozinho e a proximidade institucional é natural.”
O procurador também defende o contato do MPF com a sociedade, pretende manter a rotina de coletivas em dias de operação, mas sem PowerPoint. E defendeu o papel da imprensa. “A imprensa é fundamental no processo democrático. Não há perguntas incômodas.”
“Eu pouco sei mexer com PowerPoint. Dificilmente, vou apresentar com PowerPoint, mas por desconhecimento.”
Ao longo da entrevista, Oliveira negou qualquer ligação entre sua nomeação e a prorrogação da força-tarefa, disse que sua relação com a cúpula da PGR é “estritamente profissional” e defende o legado da Lava Jato, como “divisor de águas”.
O novo coordenador faz também duras críticas ao pacote anticrime, diz que a nova lei restringiu o uso de colaborações premiadas, que, segundo ele, são “um instrumento fantástico e fundamental” para o enfrentamento de crimes cada vez mais complexos. E se diz um admirador do ex-juiz Sergio Moro.
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