O coronel da reserva Virgílio Parra Dias (foto), de 69 anos, que era proprietário de um arsenal encontrado em um apartamento incendiado no último sábado, 24, em Campinas (SP), foi localizado nesta terça-feira, 27, com um ferimento no pescoço. Segundo informações da polícia, o militar tentou cometer suicídio e foi encontrado na madrugada em uma praça no Jardim Chapadão, portando um canivete.

Desde o incidente no edifício Fênix, que foi alvo de explosões e incêndio, a Polícia Civil estava em busca de Dias. O fogo resultou no resgate de 44 pessoas e deixou 37 feridos por inalação de fumaça.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o coronel recebeu atendimento médico e foi encaminhado ao Hospital Santa Tereza, sendo posteriormente transferido para o Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, onde permanece internado em estado inconsciente. A assessoria de imprensa do hospital confirmou ao jornal paulistano a internação, mas não divulgou detalhes sobre o estado de saúde do paciente.

Desaparecimento do coronel Dias

No dia das explosões, o coronel foi avistado pelas equipes de combate ao fogo do lado de fora do prédio, mas deixou o local sem prestar explicações. Desde então, era considerado procurado pela polícia. Ainda não há informações sobre a contratação de um advogado para representar Dias.

De acordo com o boletim de ocorrência, Dias estava hospedado na residência de um amigo, também coronel da reserva. O amigo relatou que precisou sair e, ao retornar, não encontrou o coronel. Durante a busca, o encontrou sentado em um banco da praça, com um ferimento no pescoço e bastante sangue, momento em que acionou a Polícia Militar e os bombeiros.

O Comando Militar do Sudeste informou que foi aberto um processo administrativo para investigar possíveis irregularidades relacionadas ao registro do arsenal mantido no apartamento pelo coronel.

Munições no apartamento

A presença de munições escondidas sob os escombros do apartamento incendiado representa um risco, por isso o local permanece interditado até que os resíduos sejam removidos. O edifício também continua sem energia elétrica. A informação foi divulgada pela Defesa Civil de Campinas nesta segunda-feira.

Segundo o Exército, em nota oficial, o militar possui um registro válido como atirador, caçador e colecionador (CAC), o que lhe permite possuir e armazenar armas de fogo e munições de acordo com as leis aplicáveis.

Entenda o caso

As explosões seguidas do incêndio no apartamento, localizado no bairro Botafogo, levaram ao resgate de pelo menos quatro moradores do prédio através de rapel. O arsenal estava armazenado de forma inadequada no apartamento, resultando na explosão que atingiu o elevador, corredor e escadas do edifício, conforme informado pela polícia.

Segundo a polícia, havia cerca de 110 armas no local, das quais a maioria sofreu danos parciais ou foi completamente queimada. No entanto, treze armas que eram mantidas em outro local do apartamento estavam em bom estado. Além das armas, aproximadamente 3.000 munições foram encontradas no apartamento, incluindo granadas e pólvora.