O governo Lula acelerou a liberação de emendas parlamentares para tentar contornar a crise na relação com o Congresso Nacional.

O Ministério da Saúde, chefiado por Nísia Trindade, foi mais uma vez o escolhido para promover o envio de recursos aos redutos eleitorais dos congressistas.

Segundo O Globo, 92% dos 8,5 bilhões de reais em emendas individuais empenhadas pelo governo até o início da semana saíram da pasta.

O montante, que será utilizado para abastecer o caixa de prefeituras aliadas em ano eleitoral, representa 34% dos 25 bilhões de reais em emendas previstas para 2024.

Em 2020, ano da última disputa municipal, cerca de 7,8 bilhões de reais em emendas foram liberados pelo governo federal até 30 de abril. O valor correspondia a 22% do total.

Os demais ministérios

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social é o segundo que mais liberou emendas parlamentares em 2024. Dos 657 milhões de reais reservados, 313 milhões de reais, o equivalente a 47%, já foram empenhados.

Na sequência, aparecem os ministérios do Esporte, da Agricultura e da Justiça, com 68 milhões, 58 milhões e 47 milhões de reais, respectivamente.

O valor liberado foi ainda maior

Ao jornal, a Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação política do governo com o Congresso, afirmou que o valor de emendas parlamentares liberado em 2024 foi ainda maior.

A pasta informou que a cifra é de 14 bilhões de reais.

O número, no entanto, não consta nos sistemas oficiais de controle do Orçamento.

Os recursos, de acordo com a secretaria, só são empenhados pelos ministérios “após análise técnica do pedido, caso a demanda esteja de acordo”.

Os partidos mais contemplados

Com a maior bancada da Câmara dos Deputados, o PL, apesar de oposição, foi o partido mais contemplado com emendas parlamentares, informou O Globo. Na sequência, aparecem MDB, União Brasil e PT, embora o partido do presidente Lula tenha a segunda maior bancada da Casa.