Elmano faz dança das cadeiras no Ceará para acomodar aliados de Cid Gomes
Cid Gomes garantiu cargos para dois aliados: sua irmã Lia Gomes, na Secretaria das Mulheres, e o deputado Eduardo Bismarck, no Turismo
Após ameaçar romper com a base do governador Elmano de Freitas (PT) no Ceará, o senador Cid Gomes (PSB) assegurou cargos estratégicos para dois aliados próximos: sua irmã, Lia Gomes, que assumirá a Secretaria das Mulheres, e o deputado Eduardo Bismarck (PDT), que ficará à frente da pasta de Turismo. O movimento acontece em meio a uma ampla reforma no secretariado estadual, com 13 mudanças anunciadas, e marca um recuo de Cid após semanas de tensão com o PT.
Para acomodar Lia Gomes, Freitas transferiu a vice-governadora Jade Romero para a Secretaria de Proteção Social, anteriormente comandada por Onélia Santana, esposa do ministro da Educação, Camilo Santana. Onélia deixou o cargo após assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Estado, abrindo espaço para a nomeação de Lia.
Dança das cadeiras
A Secretaria de Turismo, antes comandada por Yrwana Guerra em caráter técnico, será agora liderada por Eduardo Bismarck. A mudança ajuda a suavizar os atritos recentes entre o grupo de Cid Gomes e o PT. Bismarck, ao minimizar a tensão, afirmou ao jornal O Globo: “Foi um convite do governador. Estamos na base e sempre estivemos alinhados. Os debates que ocorreram são naturais na política”.
A origem do atrito data da disputa pelo controle da Assembleia Legislativa no fim de novembro. Enquanto Elmano defendia a presidência do petista Fernando Santana, Cid impôs resistência, exigindo uma solução de consenso. O desfecho foi a escolha de Romeu Aldigueri (PDT), um aliado dos Gomes, para liderar a Casa.
Reinado petista em terra de Cid e Ciro
Por trás da briga está o desconforto de Cid com o que considera um domínio excessivo do PT no cenário político estadual. Com Lula na Presidência, Elmano no governo do Ceará e o partido assumindo a Prefeitura de Fortaleza em janeiro, a hegemonia petista parece sufocar os espaços de outros grupos aliados.
Além disso, o episódio expôs as feridas abertas no PDT. No ano passado, Cid e seus aliados deixaram o partido rachado após disputas internas com a ala de Ciro Gomes, que defende oposição ao PT. Os “cidistas” optaram por fortalecer a aliança com os petistas, enquanto os “ciristas” seguiram como críticos ferozes da influência petista no estado.
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