“Direita e centro não têm dono”, diz Ronaldo Caiado
"Não tem esse voto cego, não tem esse voto encabrestado. E você viu que essa eleição foi a eleição da lucidez. Ou seja, as pessoas passaram a refletir e excluíram os extremismos", disse o presidenciávei e governador de Goías
Consolidando sua liderança em Goiás após vitórias de seus aliados, o governador Ronaldo Caiado confronta a suposta hegemonia do ex presidente Jair Bolsonaro na direita e desponta como um nome forte entre os presidenciáveis desse espectro político, mostrando-se como uma opção mais moderada.
Em entrevista ao jornal Estadão, Caiado expõe a falta de disposição de Bolsonaro para o diálogo e aproveita para lhe dar algumas lições:
“Eu o chamei (Bolsonaro) no começo do ano para que nos entendêssemos, compuséssemos chapas nas cidades de Goiás, ou seja, de acordo com o candidato em cada região e cidade. Certo? Eu fui surpreendido simplesmente por eles lançarem candidatos no Estado inteiro. Sem sequer ter conversado. Eles sequer sentaram para conversar. Então, o que ocorreu em Goiás foi uma falta de habilidade política. Faltou humildade e sobrou deselegância da parte deles em achar que bastava lançar um número, independente do candidato, que ganharia as eleições. Fazer política não é assim. Fazer política é entender que você tem que respeitar as lideranças estaduais, você tem que respeitar as lideranças municipais, você tem que dialogar, você tem que conversar, você tem que ceder e você pode avançar. Isso tudo faz parte do xadrez político.”
Caiado também comentou sobre os ataques de Bolsonaro e sua família a ele. Segundo o governador, o ataque foi “desrespeitoso, deselegante, sem necessidade, até porque eu o apoiei em todas as eleições que ele participou no cenário nacional”.
Sem extremismos
“A gente não ganha eleição em posições extremadas. As pessoas querem moderação, querem equilíbrio. A população brasileira está cansada dessa queda de braço, desse processo de enfrentamento todo dia. O povo não aguenta mais esse nível de fake news, rotulando, se não concorda com a ideia deles, daí sai como comunista, sai como pessoa que não tem respeito à família. Pessoas totalmente desqualificadas para falar de família e falar de Deus. Tem que ter respeito com Deus. Deus é uma coisa que todos nós somos tementes. Vamos respeitar, certo?”, disse o governador.
Direita sem dono
Questionado sobre como pretende buscar apoio na direita para a campanha presidencial em 2026 tendo em vista a liderança de Bolsonaro nesse campo, Caiado afirmou que a direita não tem dono:
“A direita e o centro não têm dono de nenhum lado. Cada eleição é uma eleição. Em cada momento você vai apresentar suas ideias e não quer dizer que você está em um lado que você vai ganhar, não. Você ganha se você tiver os melhores argumentos, as pessoas mais preparadas, se você voltar a fazer política na vertente daquilo que a sociedade espera. Então, não tem esse voto cego, não tem esse voto encabrestado. E você viu que essa eleição foi a eleição da lucidez. Ou seja, as pessoas passaram a refletir e excluíram os extremismos, tá certo? E votaram na experiência, na moderação, na competência. Tá aí a resposta de 2024. Então essa tese de alguém que é dono de um segmento da sociedade não existe”.
“Eu sou candidato daqui a dois anos”
Questionado se seria mesmo candidato à presidência da República em 2026, Ronaldo Caiado não tergiversou: “Eu sou candidato daqui a dois anos”, confirmou, e concluiu: “Eu sairei candidato a presidente da República em 2026 pela União Brasil. Lógico que buscarei o diálogo, buscarei coligações e buscarei aí poder dizer à população brasileira que o que eu proponho não é com os pés do achismo. É o que eu fiz, o que eu estou fazendo em Goiás. Se as pessoas quiserem ver, venham aqui e vão experimentar o que é uma gestão que realmente atende à vontade da população”.
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