Defesa de Bolsonaro sobre operação: “Uso excessivo do poder”
Para a PGR, a troca de mensagens flagradas no celular de Ramagem confirma a tese de que havia um sistema de monitoramento
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que houve “uso excessivo do poder estatal” na operação que mirou o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) no Rio de Janeiro nesta segunda-feira, 29 de janeiro, no âmbito de investigações sobre a Abin paralela.
A informação é do Globo.
“A medida empreendida hoje, em uma residência familiar, com a apreensão indiscriminadas de bens pessoais de terceiros, sem ordem judicial específica, configura inegável abuso e uso excessivo do poder estatal, postura que deve cessar imediatamente, sob pena de configurar verdadeiro atentado à democracia”, diz a defesa em nota.
“A defesa entende que houve um excesso no cumprimento da busca e apreensão, ao passo que foram apreendidos objetos pessoais de cidadãos diversos do vereador Carlos Bolsonaro, apenas pelo fato de estarem no endereço em que a busca foi realizada”, acrescenta.
Segundo a defesa, o material apreendido “não tem nenhuma relação com a investigação informada pelos agentes policiais, tais como um computador pessoal e um tablet do assessor do ex-Presidente, mesmo tendo sido demonstrado no local que tais objetos eram do profissional que não está sendo investigado, assim como anotações pessoais utilizadas na preparação da live ocorrida no dia anterior”.
Investigações
“A solicitação de ‘ajuda’ se referia a investigações que envolveriam os filhos do então presidente da República e deste mesmo. A autoridade representante enxerga no episódio o recurso do que chama de ‘núcleo político’ do grupo ao dr. Ramagem, para obtenção de informações sigilosas e/ou ações ainda não totalmente esclarecidas”, diz a PGR no pedido de busca e apreensão contra Carlos Bolsonaro.
A PGR ainda acrescenta: “A interferência sobre procedimentos não seria acontecimento avulso no período. A representação minudencia a descoberta de impressão, pelo dr. Ramagem, em fevereiro de 2020, de informações de inquéritos eleitorais em curso na Polícia Federal que listavam políticos do Rio de Janeiro”.
Segundo a PF, o ex-diretor-geral da Abin utilizou o software First Mile para monitorar aproximadamente 1,5 mil pessoas. Segundo a decisão de Moraes, ocorreram mais de 60 mil monitoramentos.
A pescaria de Bolsonaro
O ex-secretário especial de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten negou nesta segunda-feira, 29, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho Carlos Bolsonaro (Republicanos) tenham fugido da Polícia Federal.
Segundo o advogado de Bolsonaro, o ex-presidente saiu para pescar com filhos e amigos “bem antes de qualquer notícia”.
O ex-presidente e seus filhos estão na casa da família na praia de Mambucaba, uma vila de Angra dos Reis (RJ).
Quando a PF chegou ao local, Jair e Carlos Bolsonaro não estavam presentes.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ; à esquerda na foto) acusou a PF de fazer uma “pescaria ilegal” com a operação que investiga o irmão.
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