Crusoé: Vaccari pode esperar
Desde abril do ano passado, Vaccari aguarda uma manifestação do ministro Gilmar Mendes. Agora, a tendência é que um desfecho fique apenas para 2025
A decisão do ministro do STF Gilmar Mendes que livrou o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu da Lava-Jato abriu margem para beneficiar também o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
Em outubro de 2023, Vaccari ingressou com uma ação no STF pedindo a extensão dos benefícios concedidos ao presidente Lula sob a argumentação de que Sergio Moro agiu de forma parcial na condução dos processos da Lava Jato. Desde abril o caso aguarda uma manifestação do ministro Gilmar Mendes. Agora, a tendência é que um desfecho fique apenas para este ano.
Assim como aconteceu no caso de Dirceu, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestou de forma contrária, conforme parecer obtido por O Antagonista.
Os advogados de Vaccari argumentam nos autos que “as conversas mantidas entre a acusação e o órgão julgador evidenciam o total desrespeito à independência das instituições”, em referência aos diálogos vazados de integrantes da Lava Jato.
“As condutas do então Juiz Sérgio Moro, bem como do ex-procurador da República Deltan Dallagnol, macularam todos os processos dos quais participaram, sendo mais do que razoável admitir que o ex-Juiz atuou com interesses particulares que nada tem com a retidão, isenção e legalidade que se espera de um magistrado”, argumentou o advogado Luiz Flávio Borges D’Urso no pedido de extensão em tramitação no STF.
“O requerente nunca teve a chance de ser submetido a um processo justo. O então ex juiz Sergio Moro tinha sua própria agenda e nela não cabia presidir um processo de forma imparcial e legítima”, acrescenta a defesa de Vaccari.
Desde 26 de fevereiro deste ano, o caso tramita no gabinete do ministro Gilmar Mendes. Em 19 de março, o magistrado oficiou a PGR para que ela se manifestasse sobre o pedido de extensão. Em 5 de abril, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestou contrário ao pedido.
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