Crusoé: “Tarcísio de Freitas, a direita acorrentada”
"Tarcísio de Freitas (Republicanos, foto) estreou no alto escalão de Brasília, como ministro da Infraestrutura, pelas mãos de Jair Bolsonaro. Na eleição majoritária seguinte, elegeu-se sem...
“Tarcísio de Freitas (Republicanos, foto) estreou no alto escalão de Brasília, como ministro da Infraestrutura, pelas mãos de Jair Bolsonaro. Na eleição majoritária seguinte, elegeu-se sem muita dificuldade governador de São Paulo, apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, construído carreira em Brasília e de nunca ter morado no estado mais populoso e rico do Brasil”, diz análise de Crusoé sobre o balanço doo primeiro ano do governo Tarcísio em São Paulo.
A análise segue:
“O saldo de seu primeiro ano como governador é bom. Com uma base obediente no Legislativo estadual, Tarcísio reuniu apoio para seu principal e mais ousado projeto: a venda do controle acionário da Sabesp, companhia de abastecimento e saneamento básico do estado. Ela foi aprovada em votação no início de dezembro com a posição de sindicatos, que promoveram paralisações em vão contra o projeto.
Sua aprovação no interior parece intacta, e a fama de ‘gestor de Bolsonaro’ ainda lhe rende frutos. Mas o ex-presidente também projeta a sombra que impede o governador de decolar voo sozinho. Cada passo fora do escopo bolsonarista é lido como uma traição pelos apoiadores que o ajudaram a se eleger.
O governador esteve com o presidente Lula em mais de uma oportunidade ao longo de 2023, e cada uma delas doeu como uma punhalada na base bolsonarista. Apesar de estarem em campos opostos, ambos mostraram alguma sintonia, como no atendimento às vítimas das chuvas de São Sebastião (SP), no início do ano, ou em alguns eventos no Palácio do Planalto.
Bolsonaro nunca engoliu isso. ‘Ele é um baita de um gestor. Politicamente, dá suas escorregadas’, disse o ex-presidente em novembro, completando: ‘Eu jamais faria certas coisas que ele fez com a esquerda, mas um governador depende do governo federal.’
Futuro presidente?
O governador também precisa tomar cuidado com a base mais ideológica na Alesp, onde Tarcísio pisa em ovos para não irritar deputados em casos como a regulamentação de remédios com canabidiol. No Palácio dos Bandeirantes, o PL, partido do ex-presidente, divide espaço e poder com Gilberto Kassab e seu PSD, os dois crupiês que realmente dão as cartas no governo do novato.”
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