Crusoé: Recuperação do grupo Petrópolis sob suspeita
Negócio bilionário em favor do grupo Petrópolis contou com juíza que já trabalhou com filho do ex-corregedor-geral de Justiça Luís Felipe Salomão
Homologado em outubro de 2023, o processo de recuperação judicial do grupo Petrópolis tem sido questionado por alguns credores e por integrantes do Ministério Público do Rio de Janeiro por indícios e vícios procedimentais e falhas processuais encabeçadas pela então juíza da 5ª Vara Empresarial do Estado do Rio de Janeiro, Elisabete Franco Longobardi.
Entre os vícios, talvez o mais gritante seja o fato de que a juíza responsável pelo processo nomeou como perito judicial um dos advogados responsáveis pela recuperação judicial do grupo Petrópolis em pelo menos dez ações distintas. Uma possível situação de conflito de interesses.
O advogado em questão é Luís Felipe Salomão Filho, filho do ex-corregedor-geral do Conselho Nacional de Justiça Luís Felipe Salomão.
Salomão, o pai, é aquele ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que homologou um outro acordo, esse judicial, entre o Banco do Brasil e duas empresas que foram ligadas a Edison Lobão em plena noite de domingo, conforme revelou também com exclusividade a Crusoé.
Mas voltemos à recuperação judicial do grupo Petrópolis. Para quem não lembra, o conglomerado é responsável por diversas marcas de cerveja, incluindo Itaipava, Crystal e Petra.
O grupo apareceu com certa frequência nas páginas policiais a partir de 2019, com o desencadeamento da 62ª fase da operação Lava Jato, denominada Rock City.
De acordo com a Polícia Federal (PF), o proprietário do grupo, Walter Faria, mantinha uma estrutura de empresas no exterior para o pagamento de propinas. Teoricamente, Faria agia de forma alinhada à Odebrecht, que também mantinha um setor de operações estruturadas para chamar de seu. Faria ficou preso durante um período de quatro meses. As investigações, para surpresa de zero pessoas, foram anuladas por determinação do ministro do STF Gilmar Mendes.
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