Crusoé: Queimadas ‘do amor’
A incompetência do governo Lula em apagar o fogo que devasta o Brasil
Os brasileiros reaprenderam uma lição com as fumaças das queimadas que tomaram quase todo o território nacional nos últimos dias. O país não está preparando para enfrentar as mudanças climáticas e, quando elas se materializam, seja em enchentes no Rio Grande do Sul ou em incêndios no Centro-Oeste, Norte e no Sudeste, a população fica totalmente desprotegida, sujeita a um governo que não sabe o que fazer, toma medidas apressadas e, pior de tudo, tenta se aproveitar da situação para fins políticos.
Quando Lula começava sua campanha para a Presidência, os petistas criticavam o “negacionismo climático” do então presidente Jair Bolsonaro, visto como o grande promotor do desmatamento na Amazônia. Em 2021, mais de 30 músicos e compositores divulgaram a “Canção pra Amazônia”. Seu autor cunhou a palavra “bioecoetnogenomatrisuicídio” para definir o que estava acontecendo no país. “Focos de fogo nos sufocam: fauna, flora e até a alma”, dizia a letra. Eleito no ano seguinte, Lula nomeou Marina Silva para comandar o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, que teve até o seu nome ampliado. ONGs internacionais aplaudiram a escolha de Marina.
Sendo assim, o terceiro mandato de Lula teve início com altíssimas expectativas em relação ao meio ambiente. Quatro meses depois, a cidade de Belém foi escolhida para ser a sede da Conferência das Partes para a Mudança Climática, COP30, da ONU, no próximo ano. Mas, já perto da metade do mandato, quando o governo enfrenta sua segunda crise climática, as ações governamentais ficaram muito aquém das expectativas alimentadas há dois anos — e tudo sem que aparecesse um único artista para gravar uma música de protesto, diz a reportagem de capa da nova edição de Crusoé, assinada por Duda Teixeira e Deborah Sena.
Outros destaques em Crusoé
A matéria “O eleitor tem limite”, assinada por Carlos Graieb e Wilson Lima, mostra que a cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB) no debate da TV Cultura entre os candidatos a prefeito de São Paulo não surtiu efeito nas intenções de voto, mas contribuiu para o aumento da rejeição de cada um deles.
A reportagem “Mensagens explosivas”, de Caio Mattos, faz um apanhado sobre as detonações em massa de pagers e walkie-talkies do Hezbollah, no Líbano, que elevaram a tensão bélica no Oriente Médio a um novo patamar.
Colunistas
Privilegiando o assinante de O Antagonista+Crusoé, que apoia o jornalismo independente, também reunimos nosso timaço de colunistas. Nesta edição, escrevem Leonardo Barreto, Márcio Coimbra, Jerônimo Teixeira, Orlando Tosetto Júnior, Ivan Sant’Anna e Rodolfo Borges.
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