Crusoé: Pacheco vai mesmo desistir da política federal?
As eleições de 2026 ainda estão distantes, mas o presidente do Senado tem mencionado o desejo de encerrar a carreira; outros já desistiram de desistir
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), está cansado. Ao menos – e em teoria, diga-se – está cansado do novo jeito de se fazer política, cada vez mais calcado na polarização entre direita e esquerda.
No início de maio, Pacheco participou de um convescote na casa do ex-governador de São Paulo João Doria. Entre vinhos e requintes, Pacheco disse a seus colegas que já estava com o dever cumprido e que, atualmente, o poder público está carente de “homens de bom senso”, que não aceitam participar dessa dicotomia nefasta da política nacional.
Participaram do jantar políticos como o ex-presidente Michel Temer (MDB), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o ex-governador de São Paulo Rodrigo Garcia (sem partido) e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).
Segundo aliados de Pacheco, no entanto, por trás das falas está um temor: de que ele tenha sérias dificuldades de manter uma candidatura competitiva nos próximos anos.
Ao longo de 2023, Pacheco fez várias sinalizações, tanto para lulistas quanto para bolsonaristas, de olho em uma eventual disputa pelo governo de Minas Gerais, em 2026. Publicamente, disse que iria reservar a decisão sobre seu futuro para um “momento propício” e que mantinha o sonho de comandar o estado.
“Eu vou reservar o futuro para um momento propício, mas confesso que não tenho pretensão de ocupar novos cargos públicos, seja ministro de Estado, seja governador de Minas. Embora, obviamente, quem disser que não tenha o sonho de governar Minas sendo mineiro, está mentindo”, disse Pacheco, em entrevista a BandNews, em novembro do ano passado.
A questão é que esse é um sonho um tanto quanto distante para Pacheco. E o primeiro obstáculo está no próprio PSD, partido ao qual é filiado. O ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil lidera as principais sondagens para o governo de Minas em 2026, com um patamar superior a 40%. Pacheco, mesmo tendo o comando do Senado, hoje teria dificuldades para chegar aos dois dígitos.
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