Crusoé: o país dos ‘bruto’
"A encrenca entre o sertanejo Zé Neto e a cantora pop Anitta deixou no ar uma pergunta: afinal, a bronca do peão tinha mais a ver com a tatuagem íntima da 'Rainha' ou com o uso da Lei Rouanet pelos artistas de esquerda?", diz Carlos Graieb na Crusoé...
“A encrenca entre o sertanejo Zé Neto e a cantora pop Anitta deixou no ar uma pergunta: afinal, a bronca do peão tinha mais a ver com a tatuagem íntima da ‘Rainha’ ou com o uso da Lei Rouanet pelos artistas de esquerda?”, diz Carlos Graieb na Crusoé.
“No desenrolar da história, a questão política ganhou proeminência. Descobriu-se que uma casta privilegiada de artistas de direita, mesmo quando não usa leis de incentivo, também tira casquinhas do dinheiro público, vendendo shows a preço de nióbio para prefeituras do Brasil profundo. Reviravoltas desse tipo sempre são divertidas.”
“O aspecto comportamental da crítica de Zé Neto, entretanto, não deve ser ignorado. Uma semana depois de apontar seu dedo acusador para a tatuagem de Anitta […], o músico voltou ao palco, dessa vez na cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul. Durante o show, seus fãs puxaram um coro contra a cantora carioca.”
“Dessa vez, a fala de Zé Neto foi mais elaborada. ‘Gente, não precisa’, disse ele. ‘Vamos rezar por essas pessoas e que Deus abra a mente delas e que elas entendam. Que venham um dia, […] calcem uma botina amarela, entrem num curral cheio de bosta para separar o gado, tirar um leite, passar peia num bezerro.’ […] Essa é a bronca do peão — o que está por trás do apoio que os sertanejos têm dado a Bolsonaro.”
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