Crusoé: “O golpe que nunca vem e a democracia que nunca chega”
"De novo, não teve golpe", diz Jerônimo Teixeira, na Crusoé. "A essa altura, é verdade, parece que ninguém mais esperava uma tentativa de golpe. Havia, isso sim, a expectativa de que o cardápio básico do bolsonarismo fosse servido no Dia da Independência"...
“De novo, não teve golpe”, diz Jerônimo Teixeira, na Crusoé.
“A essa altura, é verdade, parece que ninguém mais esperava uma tentativa de golpe. Havia, isso sim, a expectativa de que o cardápio básico do bolsonarismo fosse servido no Dia da Independência: ataques à democracia, ao STF, às urnas. Dias antes dos comícios patriótico-eleitoreiros do 7 de setembro, Jair Bolsonaro havia chamado Alexandre de Moraes de ‘vagabundo’. Talvez fosse um passo a caminho da moderação: um ano atrás, o termo usado foi ‘canalha’.”
“Falo em moderação, bem entendido, para os padrões de Bolsonaro. No comício em Brasília, ele deu a deixa para a multidão vaiar o STF. Depois da vaia, emendou o chavão: ‘A voz do povo é a voz de Deus” (momentos antes, Deus, esse pândego, juntara-se aos gritos de ‘imbrochável, imbrochável’). Bolsonaro mandou ainda um recado velado ao STF, repetido em termos similares no comício em Copacabana: ‘Com uma reeleição, nós traremos para dentro das quatro linhas [da Constituição] todos que ousam ficar fora delas’. De novo, essa ameaça só parece velada para padrões bolsonaristas; na real, ela é tão gritante e escandalosa quanto o terno de papagaio do Véio da Havan.”
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