Crusoé: “Chegou delícia, chegou qualidade, chegou democracia!”
“Já faz algum tempo, ó leitor amigo, que cheguei à idade em que a televisão funciona como... eu ia dizer ‘como um narcótico’, mas reconheço que não soa bem, então reformulo: funciona como sonífero”, diz Orlando Tosetto Júnior, na Crusoé desta semana...
“Já faz algum tempo, ó leitor amigo, que cheguei à idade em que a televisão funciona como… eu ia dizer ‘como um narcótico’, mas reconheço que não soa bem, então reformulo: funciona como sonífero”, diz Orlando Tosetto Júnior, na Crusoé desta semana.
“Rara é a vez em que me sento diante da caixinha mágica (que deixou de ser caixinha, virou caixote, depois contêiner e se encaminha para ser telão de cinema: já até a andam pendurando na parede) sem que algo aconteça às minhas pestanas e elas resolvam por si sós que o expediente acabou, e eu acabe adormecendo. É da idade, dizem, e aceito. Mas é fato também que, antes de pegar no sono, eu consigo dispensar à tela uns cinco ou seis minutos de atenção, suficientes para saber o nome do filme, da série, do programa ou dos que se enfrentam no jogo que vai me dopar.”
“Noutro dia, justamente durante essa janela curta de vigília, vi uma propaganda na TV que me chamou a atenção e adiou a crise narcoléptica por alguns instantes. A tal propaganda anunciava um produto qualquer que tinha, dentre muitas outras virtudes, esta: ser democrático. Isto mesmo: democrático. Não lembro mais se a propaganda era de cigarro, mas, se fosse, o cigarro era democrático: cada tragada seria cheia de fumaça, nicotina, alcatrão e democracia.”
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