Crusoé: Até onde irá a CPMI do INSS?
Investigação tem potencial para minar ainda mais a imagem do governo Lula e deve servir para a base dar novos recados ao presidente

Existem duas máximas no Congresso Nacional que, com o passar dos anos, se transformaram quase em leis universais. A primeira prevê que o próximo parlamento será sempre pior que o seu anterior. A segunda, que se sabe como começa uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), mas nunca como ela termina.
O sentimento do presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP, ao centro na foto), ao ler em exatos 1 minuto e 15 segundos o requerimento apresentado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pela deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT) para a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS — ou do roubo das aposentadorias — era justamente esse. Todos os parlamentares sabem como ela começa, mas não como vai terminar.
A contrariedade de Alcolumbre ao ler o relatório era visível. Não por ter alguma culpa no cartório, mas pelo sentimento de que a investigação tende a ser mais nociva ao presidente Lula – do qual é um importante aliado – do que para o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Recados
Essa sensação chegou aos ouvidos do Palácio do Planalto, e as próximas semanas serão determinantes para medir o nível de desgaste que o governo terá. Com a leitura do pedido de instalação da CPMI, caberá agora aos líderes partidários a indicação dos membros do colegiado. E, já nesta fase, os partidos da chamada base aliada pretendem dar alguns recados ao governo Lula.
De um lado, há a expectativa de que o PL de Bolsonaro escale a tropa de choque mais radical para o embate da CPMI. Duas das cinco vagas do partido estão praticamente garantidas: Coronel Chrisóstomo (AM) e Coronel Fernanda (MT). O primeiro por ter apresentado o pedido de CPI na Câmara; a segunda, por ter apresentado o requerimento que de fato se transformou em investigação.
O deputado federal Sóstenes Cavalcante, líder do PL, vai…
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