Crusoé: A política dos “cortes”
Campanha eleitoral deste ano tem bizarrices sem fim e até operação da Polícia Federal por uso de lança-chamas em um comício
Prefeito de Baurité (CE) e candidato à reeleição, Herberlh Mota (Republicanos) foi alvo de uma operação da Polícia Federal na terça-feira, 3. Os investigadores bateram à sua porta porque ele disparou um lança-chamas em um de seus comícios. Mota estava no alto de um carro de som e acionou o equipamento com um único propósito: lacrar nas redes sociais.
“Apurou-se que essa ação temerária está diretamente relacionada ao contexto eleitoral, onde o uso do equipamento incendiário parece simbolizar poder”, diz o relatório da PF. Segundo os agentes, os riscos do acionamento do lança-chamas foram completamente desprezados: o perigo de causar um incêndio, ferir pessoas e causar danos a terceiros.
Herberlh Mota parece ter levado ao pé da letra a ideia de que a política pode prescindir completamente de discussões sérias e limitar-se à pirotecnia dos embates de caráter pessoal, das palhaçadas e dos slogans ideológicos vazios.
A grande personificação dessa atitude, obviamente, está no coach e influenciador digital Pablo Marçal (PRTB), que concorre à prefeitura de São Paulo. Ele mostra que uma vez riscado o fósforo, é difícil impedir que o incêndio engula tudo que está em volta.
No debate paulistano mais recente, realizado em 31 de agosto pela TV Gazeta e pelo canal My News, Marçal usou um apelido para cada adversário e, como a tela da televisão se dividia em cada segmento de pergunta e resposta, aproveitou para fazer mímicas e caretas enquanto os outros falavam.
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