O Cerrado, um dos biomas mais importantes do Brasil, sofreu uma perda significativa de vegetação nativa nos últimos doze meses. De acordo com dados do projeto Prodes Cerrado, que monitora o bioma por meio de satélites, foram suprimidos 11.011 km² de vegetação entre agosto de 2022 e julho de 2023.

Esse número representa um aumento de 3% em relação ao período anterior, entre 2021 e 2022.

As informações foram divulgadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (Mcti), nesta terça-feira, 28. Segundo Cláudio Almeida, coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia e Demais Biomas Brasileiros do Inpe, 75% da vegetação suprimida concentrou-se na região dos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – conhecida como Matopiba, considerada a nova fronteira agrícola do país.

Em termos absolutos, o estado do Maranhão registrou a maior área de vegetação nativa suprimida, com 2.928 km². Em seguida, vêm Tocantins (2.233 km²), Bahia (1.971 km²) e Piauí (1.127 km²).

A maior variação entre os dois últimos períodos foi observada na Bahia, onde o bioma perdeu uma área equivalente a 38% a mais em relação ao período entre agosto de 2021 e julho de 2022. Em seguida, estão Mato Grosso do Sul (14%), Tocantins (5%) e Maranhão (3%).

Por outro lado, alguns estados conseguiram reduzir o desmatamento. Goiás (-18%), Mato Grosso (-18%), Minas Gerais (-12%) e Piauí (-5%), que também faz parte da região do Matopiba, apresentaram queda no desmatamento.