Ainda depende de deliberação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o requerimento de abertura da CPI do Marajó apresentado pelos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Paulo Bilynsky (PL-SP). O documento foi protocolado na primeira semana de março, com 172 assinaturas de apoiamento.

De acordo com os parlamentares, a CPI busca apurar denúncias de exploração infantil na Ilha do Marajó, no Pará.

“Diante de tantas incertezas, a recorrência de denúncias e relatos abomináveis de exploração sexual infantil, fica instada a urgência de averiguação profunda e detalhada do caso em questão”, diz o requerimento.

Reality show evangélico

No início de março, por ocasião de apresentação da cantora Aymeê Rocha em um reality show evangélico, denúncias de exploração na ilha voltaram à evidência. O tema ganhou repercussão nas redes bolsonaristas e reacendeu a rixa entre o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que tratou do assunto quando ministra do governo Jair Bolsonaro.

A cantora Aymeê contou a música em 15 de fevereiro, durante a semifinal do programa Dom reality, competição de música gospel transmitido via YouTube. A letra faz referência a Marajó: 

“Enquanto isso, no Marajó / O João desapareceu / Esperando os ceifeiros da grande seara / A Amazônia queima / Uma criança morre / Os animais se vão / Superaquecidos pelo ego dos irmãos”.

Outros deputados que eram aliados do ex-presidente Bolsonaro apresentaram pedidos de providências sobre Marajó.

O deputado federal Messias Donato entrou com requerimento na Comissão de Direitos Humanos, da qual é membro titular, para realização de audiência pública para debater as denúncias de exploração sexual e tráfico de crianças na Ilha do Marajó. O pedido ainda aguarda deliberação.

“A Ilha de Marajó está enfrentando um desafio doloroso e inaceitável: a exploração sexual de crianças e adolescentes. Diante dessa realidade alarmante, é imperativo convocar uma audiência pública para discutir esse tema crucial e buscar soluções efetivas”, afirma o parlamentar no pedido de audiência pública.