Como hackers desviaram mais de R$ 6 milhões da Caixa
Os hackers pulverizaram os valores desviados em diversas contas bancárias em nome de laranjas e os converteram em criptomoedas
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira, 3, a Operação Private Key, com o objetivo de desarticular um grupo suspeito de cometer fraude cibernética contra a Caixa Econômica Federal e a prefeitura de Telêmaco Borba, no Paraná.
A operação contou com a participação de mais de 30 policiais, que cumpriram mandados em Brasília, Águas Lindas de Goiás (GO) e Santa Luzia (MG).
Foram executados quatro mandados de prisão, 11 mandados de busca e apreensão, 51 mandados de sequestro, arresto e bloqueio, além de nove mandados de sequestro de criptomoedas.
Como os hackers desviaram o dinheiro?
De acordo com os investigadores, os suspeitos utilizaram técnicas avançadas de hackeamento para criar um site falso com o objetivo de roubar credenciais. Através desse site, eles induziram um servidor da prefeitura de Telêmaco Borba a fornecer suas informações de login e senha. Posteriormente, essas informações foram utilizadas para acessar o sistema GovConta do município, conforme detalhado pela PF.
Em seguida, os criminosos clonaram o perfil do servidor em um aplicativo de mensagens, utilizando engenharia social para se passar por ele. Dessa forma, eles entraram em contato com o gerente da Caixa e obtiveram autorização para transferir valores para empresas fictícias, fazendo parecer que essas empresas seriam fornecedoras da prefeitura.
Mais de R$ 6 milhões desviados
Segundo os investigadores, mais de R$ 6 milhões foram desviados. Os valores foram distribuídos em diversas contas bancárias em nome de laranjas e, posteriormente, convertidos em criptomoedas.
“O uso de múltiplas camadas de contas e carteiras de criptomoedas dificultou a rastreabilidade dos recursos, sendo identificadas pelo menos quatro camadas de beneficiários dos valores, incluindo integrantes da organização criminosa que adquiriram bens de luxo e realizaram viagens caras”, explicou a Polícia Federal.
Caso sejam condenados, os suspeitos podem cumprir penas de até 30 anos pelos crimes de furto qualificado mediante fraude, invasão de dispositivo informático, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
O que diz a Caixa Econômica Federal?
Em nota enviada a O Antagonista, a Caixa informou que:
“A CAIXA monitora seus canais e transações, utiliza modernas ferramentas de segurança em seus canais, bem como atua em conjunto com órgãos de segurança pública na investigação de casos suspeitos, assim como na prevenção de fraudes e golpes.
O caso em Telêmaco Borba (PR) ocorreu em abril de 2020 e o processo corre em segredo de justiça. Mais informações sobre eventos criminosos nas unidades do banco são repassadas exclusivamente às autoridades.
A CAIXA reafirma seu compromisso como principal parceiro do Poder Público em todas as esferas, Federal, Estadual e Municipal.
Como parte da atuação na prevenção de ocorrências, a CAIXA realiza constantemente ações de orientação e esclarecimentos a seus clientes por meio de seus canais de atendimento, sítio eletrônico e redes sociais.“
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