Começou nesta terça-feira, 12, o julgamento em júri popular dos dois indivíduos acusados pela morte do cinegrafista Santiago Andrade. A vítima foi atingida em fevereiro de 2014 por um rojão durante protesto no centro do Rio de Janeiro.

Os réus Fábio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza estão sendo acusados de homicídio doloso qualificado e, embora tenham sido detidos entre 2014 e 2015, atualmente respondem em liberdade.

O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) informou que não há uma estimativa de duração para o julgamento. Está prevista a oitiva de 21 testemunhas, entre acusação e defesa.

Santiago Andrade era cinegrafista da TV Bandeirantes e foi atingido por um rojão enquanto cobria uma manifestação contra o aumento das passagens de ônibus no Rio. O incidente ocorreu próximo à Central do Brasil. O cinegrafista chegou a ser internado, mas faleceu quatro dias depois.

Os réus enfrentam acusações pelos crimes de explosão e homicídio doloso triplamente qualificado, por motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e uso de explosivos.

Em primeira instância, a Justiça determinou que os dois réus seriam submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri. A defesa recorreu da decisão e o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em segunda instância, considerou que o crime não teve a intenção de causar a morte.

O Ministério Público do Rio recorreu novamente e o caso chegou ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília. O ministro-relator no STJ, Jorge Mussi, deferiu o pedido do MPRJ para que o processo seguisse para julgamento em júri popular.

Em 2017, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes confirmou a continuidade das medidas necessárias para submeter os dois réus ao julgamento pelo Tribunal do Júri.