O inquérito da PF que apontou propina de R$ 5 milhões da J&F para Ciro Nogueira (foto) mostra que o atual ministro da Casa Civil trata com “um carinho especial” o presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Alexandre Cordeiro, diz o Estadão.

O documento, de 217 páginas, afirma que Ciro se refere a Cordeiro como “meu menino” e trata ele como um despachante pessoal. O ministro ainda afirma: “Eu botei ele lá”.

No Cade, são investigadas acusações de prática de cartel e são decididas fusões bilionárias de empresas.

A conversa em que Ciro Nogueira fala sobre sua influência no Cade foi gravada pelo empresário Joesley Batista, do grupo J&F, em 17 de março de 2017.

No diálogo, o empresário se queixa de problemas no órgão e Ciro diz ter um apadrinhado lá.

“Um cara de bom senso. Meu menino, ele era meu chefe de gabinete, eu botei ele lá (…) E ele conseguiu se entrosar lá.”

O inquérito, concluído na semana passada, afirma que Ciro Nogueira recebeu R$ 5 milhões da J&F em troca de apoio à reeleição de Dilma Rousseff em 2014, que interessava a Joesley.

Nesse contexto, Ciro teria conseguido emplacar “seu menino” como Conselheiro do Cade pela primeira vez.