Chilenos que participaram dos protestos de 2019 podem perder pensão vitalícia
Chilenos que participaram dos protestos massivos de rua em 2019 podem perder o direito à aposentadoria vitalícia que ganharam do governo. Essas pessoas ganharam o benefício alegando terem sofrido algum dano durante a repressão policial às manifestações, que no Chile ficaram conhecidas como “estallido social“. No governo de Sebastián Piñera, foram entregues 148 dessas pensões....
Chilenos que participaram dos protestos massivos de rua em 2019 podem perder o direito à aposentadoria vitalícia que ganharam do governo.
Essas pessoas ganharam o benefício alegando terem sofrido algum dano durante a repressão policial às manifestações, que no Chile ficaram conhecidas como “estallido social“. No governo de Sebastián Piñera, foram entregues 148 dessas pensões. No de Gabriel Boric (foto), mais 270.
Contudo, um relatório feito pelo Ministério Público chileno na semana passada detectou que, de 418 indivíduos beneficiados, 69 tinham ficha policial. Entre os delitos que eles cometeram estão desde dirigir embriagado até homicídio.
Antes de sair de férias, o presidente Boric, de esquerda, revogou um benefício que tinha sido entregue a uma pessoa condenada por produção de conteúdo pornográfico infantil.
Nesta segunda, 29, quando Boric voltará de férias, ele terá em sua mesa no Palácio de la Moneda outros 69 casos para analisar.
Por que o governo errou ao distribuir as pensões vitalícias?
A entrega dos benefícios aos manifestantes foi feita sem nenhum controle.
Não havia um sistema formalizado para receber os pedidos das pessoas que se achavam no direito de ganhar a pensão.
Segundo o relatório do Ministério Público, havia apenas um arquivo de Word, sem data ou assinatura, que continha uma avaliação dos diferentes casos. Os dados eram lidos por uma assistente social, que então os passava para uma planilha de Excel. Um grupo de profissionais então se reunia para sugerir os valores dos benefícios.
Mas o maior erro foi que não havia um meio para confirmar se as informações enviadas pelos requerentes de benefícios eram verídicas ou não.
Em 19 casos, os procuradores descobriram inconsistência entre as informações enviadas pelos candidatos aos benefícios e as perícias médicas.
Um deles dizia que tinha perdido a visão, mas o médico afirmou que a pessoa tinha visão era normal.
Deputados do Partido Comunista do Chile não gostaram do relatório e ameaçam denunciar o governo do Chile em tribunais internacionais.
Os valores mensais desses benefícios variavam entre 283 mil pesos chilenos e 567 mil pesos chilenos, o que equivale a uma faixa entre 1.500 reais e 3 mil reais.
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