O senador Fernando Collor (PTB-AL) teve acesso a R$ 54,4 milhões em emendas do chamado “Orçamento Secreto” em 2022.

Hoje aliado de Jair Bolsonaro e pré-candidato ao governo de Alagoas, o ex-presidente da República pôde indicar valores principalmente para custeio da saúde e setor agropecuário. Isso em pleno ano eleitoral.

Em 2020 e 2021, Collor havia indicado R$ 26 milhões em emendas secretas.

Os dados estão em planilhas apresentadas pela Câmara dos Deputados com os repasses de todos os congressistas a título de Emendas de Relator Geral.

O maior investimento do senador foi para a Codevasf, a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco que se tornou símbolo do Orçamento Secreto.

Em uma única emenda, Collor garantiu R$ 21,2 milhões para a “aquisição de máquinas que irão beneficiar a população local para melhoria no desenvolvimento local”. Não há, no entanto, maiores detalhes sobre a destinação da verba.

Ele ainda garantiu outras emendas de R$ 5 milhões para máquinas e poços artesianos – o que mostra que R$ 31,2 milhões, mais da metade do seu quinhão nas emendas de relator, foram para a compra de equipamentos.

O extrato das emendas ainda mostra que Collor indicou R$ 4 milhões para a reforma do mercado municipal de Colônia Leopoldina, município de 21 mil habitantes no interior do estado. Outros três municípios e uma associação para atendimento de crianças especiais receberam R$ 2,7 milhões do senador.

Em 2019, Collor já havia dito que “havia visto esse filme” com Bolsonaro. Agora, a injeção de dinheiro público sem critérios pode explicar por que Collor quis levar o presidente na garupa em uma motociata.