Foram encontrados na manhã desta quinta-feira, 26, mais dois corpos de vítimas da queda da ponte negligenciada pelo governo Lula na BR-226. Ao todo, já foram encontradas oito vítimas.

As buscas subaquáticas foram iniciadas na tarde de quarta-feira. Ainda há nove desaparecidos após o colapso da ponte Juscelino Kubitschek, que ligava as cidades de Estreito, no Maranhão, a Aguiarnópolis, em Tocantins.

As buscas debaixo da água são feitas com cautela, porque três dos caminhões que caíram no rio quando a estrutura da ponte colapsou carregavam 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico.

Travessia de balsa

O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, anunciou que será viabilizado o transporte entre os dois lados da ponte por meio balsas até o fim de semana.

“Conversei com o ministro Renan Filho [dos Transportes], por se tratar de uma rodovia e uma ponte federais. O ministro entendeu que o governo federal tem uma responsabilidade maior. E me foi garantido que até final desta semana já terá a primeira balsa em funcionamento”, disse Barbosa.

Para evitar engarrafamento de veículos, o governador prometeu também “melhorar essa rodovia passando por Darcinópolis, Angico, São Bento, Axixá e saindo para Imperatriz”.

“É um trecho alternativo que nós colocamos à disposição do governo federal que vai precisar daqui a pouco de manutenção pesada”, completou.

Governo Lula

O colapso da ponte ilustra o Brasil: um país que quebra após e durante os avisos de que vai quebrar, deixando uma porção de vítimas pelo caminho.

No domingo, 22, um vereador de Aguiarnópolis, filmado por um colega na beira da ponte, apontou “os veículos pesados que passam por aqui”. “E eu gostaria de chamar a atenção das autoridades competentes para que viessem e tomassem uma providência”, cobrou ele.

Justamente quando ele denunciava esse dano lateral visível na estrutura da ponte, a pista por onde passavam os veículos rachou, erguendo, num primeiro momento, uma dobra, sobre a qual uma pick-up, que aparece no vídeo freando bruscamente, passou como se fosse um quebra-mola; e, num segundo momento, cedendo e abrindo um buraco que impediu a moto seguinte, com duas pessoas, de passar.

“Olha ali! Sai daí! Sai de perto! Meu Deus do Céu!”, gritou o rapaz que filmava, alertando o vereador. Eles então desceram correndo pela subida da ponte, preocupados também com quem pudesse ter sido atingido embaixo, com a queda daquele trecho específico da pista.

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