Bolsonaro mente na TV Brasil ao dizer que eleição de Dilma e Aécio teve ‘padrão’ suspeito
O presidente Bolsonaro voltou a mentir nesta quinta (29) ao dizer que houve fraude na eleição de 2014, usando novamente um raciocínio tosco e baseado em dados que não dizem nada...
O presidente Bolsonaro voltou a mentir nesta quinta (29) ao dizer que houve fraude na eleição de 2014, usando novamente um raciocínio tosco e baseado em dados que não dizem nada.
Bolsonaro já disse a apoiadores que Dilma e Aécio alternaram a liderança durante a apuração do 2º turno – em suas palavras, “as curvas foram se cruzando”. Isso é mentira: os dados do TSE, nos quais o próprio Bolsonaro confia para sustentar sua tese fraudulenta, mostram que Aécio largou na frente e foi ultrapassado por Dilma uma única vez.
Hoje, Bolsonaro disse que as curvas de Aécio e Dilma estabeleceram um “padrão”.
A informação é falsa.
O especialista em segurança de dados Conrado Gouvêa, doutor em Ciência da Computação pela Unicamp, explicou em seu blog, com todos os detalhes técnicos – que simplificamos a seguir.
O raciocínio usado por Bolsonaro envolve usar a variação de votos dos candidatos nas linhas “pares” e “ímpares” da planilha – isto é, a cada linha do resultado parcial minuto a minuto do TSE.
“Agora considere o seguinte: a proporção de votos pares da Dilma estabilizou em 49,75%, ao passo que do Aécio estabilizou em 49,60%. Ou seja, a Dilma “ganhou” nas linhas pares e portanto a coluna “Análise da Variação” mostra DILMA para linhas pares”, escreveu Gouvêa.
“Já a proporção de votos ímpares é o complemento (o que falta para 100%). Se Dilma “ganhou” nas linhas pares, obrigatoriamente ela “perde” nas linhas ímpares: Dilma estabilizou em 50,25% ao passo que Aécio estabilizou em 50,40%. Dessa forma, a coluna “Análise da Variação” mostra AECIO para linhas ímpares.
Concluímos então que a intercalação de DILMA e AECIO na “Análise da Variação” é um resultado ESPERADO, consequência do cálculo incorreto da planilha que, ao invés de calcular a “Variação do Incremento”, calcula a “Soma de votos de linhas pares” e “Soma de votos de linhas ímpares” de forma intercalada”.
No mundo real, onde são somados votos em números absolutos e não o “incremento” de votos minuto a minuto, Dilma ultrapassou Aécio uma única vez. Não houve alternância entre os candidatos.
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