Bolsonaro faz a alegria de Doria, a raposa na arte da propaganda
A política é como a guerra: não mostre ao inimigo as suas fraquezas, mesmo que elas sejam conhecidas pelo adversário. Exibir uma fraqueza é acrescentar outra arma ao oponente na batalha da propaganda. Hoje, na teleconferência com Jair Bolsonaro, João Doria criticou calculadamente o presidente da República pela fala de ontem, de uma posição institucional. É uma raposa na arte da propaganda. O que fez Bolsonaro? Exatamente aquilo que queria Doria. Caiu na cilada. O presidente perdeu as estribeiras e mostrou a sua fraqueza. Disse Bolsonaro, depois de ser criticado: "Agradeço as suas palavras, governador. Completamente diferente das eleições de 2018, onde Vossa Excelência apoderou-se do meu nome para se eleger governador...
A política é como a guerra: não mostre ao inimigo as suas fraquezas, mesmo que elas sejam conhecidas pelo adversário. Exibir uma fraqueza é acrescentar outra arma ao oponente na batalha da propaganda.
Hoje, na teleconferência com Jair Bolsonaro, João Doria criticou o presidente da República pela fala de ontem, de uma posição institucional. É uma raposa criada no meio publicitário e televisivo.
O que fez Bolsonaro? Exatamente aquilo que Doria desejava. O presidente perdeu as estribeiras e mostrou a sua fraqueza.
Disse Bolsonaro, depois de ser criticado:
“Agradeço as suas palavras, governador. Completamente diferente e dissociadas das eleições de 2018, onde Vossa Excelência apoderou-se do meu nome para se eleger governador. Acabou as eleições, virou as costas e começou a atacar covardemente aquele que emprestou o seu nome, para a sua campanha, não de forma voluntária. Guarde essas suas observações para as eleições de 2022, onde Vossa Excelência poderá destilar todo o seu ódio e demagogia, por ocasião das mesmas. Nós aqui temos responsabilidade. Desde o final das eleições de 2018, Vossa Excelência assumiu uma postura completamente diferente.”
E ainda:
“Subiu à sua cabeça a possibilidade de ser presidente da República. Não tem responsabilidade. Não tem altura para criticar o governo federal, que fez completamente diferente o que outros fizeram no passado. Vossa Excelência não é exemplo para ninguém.”
A fraqueza de Bolsonaro foi escancarar o jogo. Porque, ao fim e ao cabo, é disso que se trata para todos eles: as eleições presidenciais de 2022.
Bolsonaro passou a ideia de que as suas críticas à atuação de Doria na crise não passam de preocupações eleitorais. Ou seja, de que ele tem menos convicções de ordem sanitária e econômica diante da pandemia do que receio do crescimento político do governador paulista — que todos os dias ocupa espertamente espaço na TV, para anunciar medidas novas de prevenção como se fossem capítulos de novela.
A resposta do presidente foi má propaganda para ele próprio.
A raposa deve estar rindo. Virou o maior polo de oposição e, assim, ganhou mais holofotes para continuar a fustigar o oponente, sempre de uma posição institucional.
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