Bolsonaro e a torcida do Flamengo sabiam o que Aras pensava da Lava Jato
Senadores pró-Lava Jato não estão entendendo a surpresa de alguns com as declarações de Augusto Aras, que, ontem, na live com advogados lulistas e transmitida pela TVPT, reforçou sua intenção em acabar com a maior operação contra a corrupção da história. Nos bastidores, senadores acordaram hoje relembrando uma reunião, a portas fechadas, na sala de Davi Alcolumbre, dias antes da sabatina de Aras, então escolhido por Jair Bolsonaro para comandar a PGR...
Senadores pró-Lava Jato não estão entendendo a surpresa de alguns com as declarações de Augusto Aras, que, ontem, na live com advogados lulistas e transmitida pela TVPT, reforçou sua intenção em acabar com a maior operação contra a corrupção da história.
Nos bastidores, senadores acordaram hoje relembrando uma reunião, em setembro do ano passado, a portas fechadas, no gabinete de Davi Alcolumbre, dias antes da sabatina de Aras, então escolhido por Jair Bolsonaro para comandar a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Foi nessa reunião que Aras garantiu a sua aprovação com louvor pelo Senado, com o apoio efusivo de gente como Renan Calheiros.
Na conversa informal e sem a presença de assessores ou jornalistas, Aras deixou muito claro o que pensava sobre a Lava Jato. O futuro PGR condenou, por exemplo, o que chamou de “conduta punitivista” do Ministério Público e, por mais de uma vez, disse que a Lava Jato “extrapolou o limite da lei”. Os olhinhos de muita gente brilharam na sala de Alcolumbre.
A partir dali, incluindo a sabatina, tudo seria apenas protocolar.
Diante das câmeras, Aras falava em “excessos” da operação, mas, em reservado, esculhambava mesmo os integrantes da Lava Jato.
Vale relembrar algumas frases do então candidato à PGR à época de sua sabatina:
“A Lava Jato é resultado de experiências anteriores que não foram bem-sucedidas na via judiciária.”
“Espero que possamos fazer correções juntos. Não somente no plano interno do MP, mas com a contribuição de vossas excelências, porque é fundamental que aprimoremos o combate, o enfrentamento à macrocriminalidade. Mas é nossa intenção levar a experiência da Lava Jato para os estados e municípios como padrão de excelência a ser seguido. Mas sempre com o respeito à Constituição e às leis.”
“A impessoalidade que proíbe a promoção pessoal, mais do que nunca, deve ser velada. Quando emitirmos opinião prévia, estamos nos comprometendo até por vaidade a um resultado que muitas vezes é injusto. Desejamos que seja resposta na Lava Jato a impessoalidade.”
“Talvez tenha faltado à Lava Jato a cabeça branca. Tem certas coisas que pode, mas há certas coisas que não podemos fazer.”
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