Partidos da base do governo Lula no Congresso temem que André Mendonça (foto) rejeite seu pedido para suspender o pagamento das multas dos acordos de leniência de empresas na Operação Lava Jato, informa o Painel da Folha.

Como publicamos mais cedo, Mendonça foi sorteado para ser o relator do caso no STF. Três siglas da base aliada —PSOL, PCdoB e Solidariedade— pediram a suspensão ao Supremo, criticando o que chamaram de “hermenêutica punitivista e inconstitucional do lavajatismo”.

Ocorre, porém, que Mendonça participou da negociação de seis desses acordos de leniência quando era assessor especial da CGU (Controladoria-Geral da União), entre 2016 e 2018. “Ele me ajudou muito, foi fundamental para que esses acordos fossem assinados”, disse ao jornal paulistano o ex-ministro-chefe da CGU Wagner Rosário.

Entre as empresas que assinaram acordos de leniência nesse período estão as empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez e UTC, todas alvos da Lava Jato. “Segundo pessoas que acompanham a questão, a designação de Mendonça como relator (…) pode indicar que o tema não deve prosperar na corte”, escreve a Folha.