Bandeira do Brasil vira nova fronteira do bolsonarismo
Uma fala da juíza eleitoral Ana Lúcia Todeschini sobre a possibilidade de proibir o uso de bandeiras do Brasil durante as eleições virou o novo foco de atenção dos bolsonaristas desde esta quinta-feira (14)...
Uma fala da juíza eleitoral Ana Lúcia Todeschini sobre a possibilidade de proibir o uso de bandeiras do Brasil durante as eleições virou o novo foco de atenção dos bolsonaristas desde esta quinta-feira (14).
Ana Lúcia é a titular de um cartório eleitoral em Santo Antônio das Missões, cidade gaúcha de 11 mil habitantes a 534 km de Porto Alegre. Mesmo assim, a sua fala, feita em uma rádio local, acabou ganhando proporções maiores graças à máquina de propaganda bolsonarista.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), da tropa de choque bolsonarista, disse que pediu providências ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre a questão. “O amor a pátria e à bandeira nacional é um dever cívico, e é obrigação das autoridades estimular o respeito aos nossos símbolos”, escreveu a deputada. “O que se vê, no entanto, é uma tentativa de uma juíza que deveria permanecer isenta para condução das eleições, mas se afasta de suas obrigações.”
Candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) entrou no debate:
“Todos temos o direito de usar nossa bandeira”, escreveu em seu Twitter. “Um verdadeiro absurdo a decisão dessa juíza, do meu Rio Grande, que proíbe o seu uso sob justificativa eleitoral”. Como dito, a juíza ainda não decidiu nada.
Desde ontem, Bolsonaro já falou duas vezes sobre o tema e chamou de absurda a proposta. Aproveitou a discussão para reforçar uma das velhas máximas do bolsonarismo: apenas o seu governo tentou evitar que a bandeira brasileira fosse de outra cor (A lei de 1968 que rege a bandeira brasileira só permite sua alteração para incluir ou retirar estrelas de acordo com novos estados).
Nesta sexta-feira (15), em um culto onde falou por mais de uma hora em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro ouviu do pastor que liderava o culto que as pessoas que portavam bandeiras do Brasil deveriam ir para próximo do palco e exibir suas flâmulas “enquanto ainda não fosse proibido.”
Bolsonaro retrucou: “E se alguém proibir essa ordem será descumprida com o aval do presidente da República.”
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