O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentações consideradas “atípica” e “incompatível” nas contas do sargento do Exército Luis Marcos dos Reis, ex-supervisor da Ajudância de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre entre 1 de fevereiro de 2022 e 8 de maio deste ano o órgão de combate à lavagem de dinheiro detectou uma movimentação de R$ 3,3 milhões.

De acordo com o Portal da Transparência, o militar que era subordinado ao tenente-coronel Mauro Cid, recebe uma aposentadoria do Exército no valor bruto de R$ 12 mil.

“A movimentação financeira é caracterizada por transações envolvendo pessoas físicas e jurídicas atuantes em áreas diversas, inclusive com diferentes funcionários públicos. Recebeu valores principalmente a título de proventos e débitos foram relacionados a compras efetuadas. Não identificamos fundamentos legais ou econômicos que justifiquem as movimentações observadas, que se apresenta acima da renda cadastrada. Por este motivo, propõe-se a comunicação ao COAF”, apontou o órgão.

Em maio deste ano, a Polícia Federal pediu a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático de  Reis, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, para investigar transações entre ele e uma empresa com contratos do governo. Os investigadores encontraram indícios de transações suspeitas entre o militar e a empresa Cedro Líbano Comércio de Madeira e Materiais de Construção, com sede em Goiânia. A companhia recebeu recursos federais durante o governo Bolsonaro por meio de contratos com a Universidade Federal do Espírito Santo, Instituto Federal de Tocantins e Codevasf.

Segundo a PF, o assessor repassou valores para pessoas indicadas pelas assessoras de Michelle Bolsonaro. Entre elas, a tia da ex-primeira-dama, Maria Graces de Moraes Braga.