Associação denuncia erros graves em dados sobre população trans no Brasil
Novo relatório da MATRIA aponta falhas em estatísticas sobre população trans no país
O relatório divulgado pela MATRIA (Mulheres Associadas Mães e Trabalhadoras do Brasil) traz sérias acusações sobre os dados relacionados à população trans do Brasil.
A associação, focada na promoção e proteção dos direitos humanos das mulheres e crianças, identificou discrepâncias importantes nos números que servem como base para políticas públicas e decisões judiciais.
De acordo com o relatório, afirmações como “o Brasil é o país que mais mata pessoas trans” e que “a expectativa de vida de pessoas trans é de 35 anos” se baseiam em dados que incluem mortes naturais e indivíduos ainda vivos. A contabilização falha e a metodologia enviesada por trás desses números causam erros graves no debate público do país, com consequências muito perniciosas para o país.
Entre os principais problemas identificados pelo relatório estão a falta de dados oficiais do governo sobre a população trans e a utilização inadequada de números absolutos de assassinatos como indicador de violência. O relatório também critica a maneira como os dados são coletados e processados, apontando para referências circulares e a falta de uma metodologia confiável.
A informação que a expectativa de vida da população trans é de apenas 35 anos é desmentida no relatório. Esse dado, segundo o estudo, representa apenas a idade média das pessoas trans falecidas nos dados analisados, e não uma expectativa de vida real, que é difícil de determinar devido à natureza fluida da identidade de gênero.
O relatório da MATRIA também critica a maneira como esses dados são frequentemente usados na mídia e por figuras públicas, sem o devido escrutínio ou verificação. Um exemplo citado é o do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, que usou esses números como parte da fundamentação de decisões.
Além de apontar falhas nos dados, o relatório da MATRIA também destaca o impacto negativo que a desinformação pode ter sobre a própria população trans, especialmente jovens. O medo e a ansiedade gerados por um cenário de extrema vulnerabilidade, que não corresponde à realidade, são preocupações adicionais mencionadas.
O documento completo, juntamente com mais informações sobre as descobertas da MATRIA, pode ser acessado através do link fornecido pela associação.
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