Governo Lula não quer CPI da Braskem
A justificativa dos governistas é de evitar uma nacionalização da crise provocada pelo risco de desabamento de uma das minas da petroquímica em Maceió...
Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atuam nos bastidores para barrarem a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem no Senado Federal. A justificativa dos governistas é de evitar uma nacionalização da crise provocada pelo risco de desabamento de uma das minas da petroquímica em Maceió.
A instalação da CPI é pleiteada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), adversário político do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP) em Alagoas. Como noticiamos, a crise ambiental na capital alagoana virou alvo de disputa entre os dois grupos políticos da região. Caso não obtenha sucesso pelo Legislativo, Renan avalia recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tirar a CPI do papel.
A avaliação dentro do Palácio do Planalto é de que a instalação da CPI poderia ampliar a crise e travar pautas de interesse do Executivo no Senado. Além disso, os governistas acreditam que o caso poderia ser usado pela oposição para desgastar o Executivo, já que a Petrobras tem participação societária na Braskem, ao lado da Novonor (ex-Odebrecht).
A disputa política na região é vista como pano de fundo para a instalação da comissão de inquérito. Calheiros pretende, por exemplo, usar o colegiado para investigar a aquisição do Hospital do Coração pelo prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), mais conhecido como JHC e aliado de Lira, no valor de 266 milhões de reais.
Renan argumenta que a transação, feita após pagamento de indenização da Braskem por um desastre ambiental provocado pela empresa no início do ano, foi ilegal. Adversário de Calheiros, o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) afirmou que o pedido de CPI para investigar a Braskem “surgiu de maneira viciada”.
Entre os pontos citados por Cunha, para justificar essa crítica, estão que o filho de Renan Calheiros, o ministro dos Transportes Renan Filho, era governador de Alagoas, quando licenças ambientais foram renovadas para a empresa, além de o próprio Renan ter presidido no passado uma empresa que fazia o mesmo tipo de exploração.
“Houve uma licença ambiental sendo renovada constantemente pelo estado de Alagoas e o governador, à época, era o Renan Filho, que é senador, hoje ministro do Transporte, e filho do Renan Calheiros, que é propositor desta ação”, alegou Cunha.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)