Assessor de Braga Netto também é alvo de operação da PF
Flávio Peregrino foi citado em relatório da PF que revelou documento na sede do PL com “perguntas e respostas” sobre a delação de Mauro Cid

O coronel do Exército Flávio Peregrino, assessor do general Walter Braga Netto (foto), foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) na manhã deste sábado, 14 de dezembro, no âmbito do inquérito sobre o suposto plano de golpe de Estado.
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em sua residência em Brasília, mas o militar não foi preso, ao contrário de Braga Netto, detido em seu apartamento no Rio de Janeiro.
Peregrino foi citado no relatório final da PF, que revelou a descoberta de um documento em sua mesa, na sede do PL, com “perguntas e respostas” sobre a delação de Mauro Cid.
A corporação apontou que o conteúdo indicava uma possível preocupação de Braga Netto e de seus aliados com temas identificados pela PF relacionados à suposta tentativa de golpe.
Em uma das perguntas, Cid respondeu, em primeira pessoa, que “nada” foi delatado sobre o “teor das reuniões”, pois “não entrava nas reuniões”. A PF destacou que o documento, possivelmente, continha questões feitas a Mauro Cid sobre o conteúdo do acordo, com respostas marcadas em vermelho.
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“Lula não sobe a rampa”
A PF também identificou que, na sede do PL, um documento relacionado à “Operação 142” estava na mesa de Peregrino. O arquivo, que se refere ao artigo 142 da Constituição, foi usado de forma equivocada pelos golpistas para justificar uma intervenção militar. Ao final, constava a frase “Lula não sobe rampa”.
Em nota, Braga Netto negou qualquer envolvimento em um golpe ou plano de assassinato, afirmando ter sempre agido dentro dos limites legais e constitucionais.
Prisão de Braga Netto
A prisão de Braga Netto é parte da Operação Contragolpe, que apura uma tentativa de golpe de Estado e supostos planos de assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
A ação cumpriu um mandado de prisão preventiva, dois mandados de busca e apreensão e uma medida cautelar contra pessoas suspeitas de atrapalhar a coleta de provas no processo penal. Segundo a PF, as medidas visam evitar a “repetição de ações ilícitas”.
Braga Netto foi preso em Copacabana e será entregue ao Comando Militar do Leste, onde ficará sob custódia do Exército.
Ex-ministro da Casa Civil e da Defesa durante o governo Bolsonaro, ele está entre os indiciados pela PF pelos crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa.
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