Anne Dias na Crusoé: O eterno conto de fadas das cotas-placebo
Em sua coluna para Crusoé, Anne Dias fala sobre a preocupação com a representação feminina em cargos políticos. Ela ressalta que a política brasileira precisa de mulheres contribuindo com ideias e desenvolvendo estratégias junto aos seus partidos para integrarem efetivamente o sistema...
Em sua coluna para Crusoé, Anne Dias fala sobre a preocupação com a representação feminina em cargos políticos. Ela ressalta que a política brasileira precisa de mulheres contribuindo com ideias e desenvolvendo estratégias junto aos seus partidos para integrarem efetivamente o sistema.
Você está doente. Receitam a você um remédio. Ele não surte efeito. Você segue doente. Então receitam de novo o mesmo remédio. Você tomaria? É isso que a política tradicional segue tentando fazer para termos mais mulheres na política partidária.
Com eleições municipais se aproximando, a preocupação com a representação feminina na política volta a ganhar destaque. Recentemente, o W.Lab, fruto da parceria entre os institutos Locomotiva e Ideia, divulgou uma pesquisa que evidencia a disparidade de gênero no mercado de trabalho. Nesta semana, em uma live sobre a participação das mulheres na política com os autores da pesquisa, ressurgiu o debate em torno de uma proposta da então senadora Simone Tebet, que propõe a criação de uma cota de 30% para mulheres nas estruturas partidárias. A lógica é a mesma das cotas exigidas nas chapas eleitorais, discutida em artigo anterior.
Nós já vimos esse filme. Justamente por isso pergunto de novo: essa é a melhor solução para trazer mais mulheres aos espaços de decisão? Essa é mais uma ação vertical na tentativa de solucionar um problema extremamente complexo com uma medida aparentemente simples. Quase simplória. É óbvio que precisamos de mulheres na política. Não se questiona isso. Mas mais uma cota, agora nas instâncias partidárias, garantiriam a elas o poder de tomada de decisão, de influência? Entendo que isso deve ser feito de uma maneira real e não mais decorativa.
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