Alexandre Nardoni, condenado pela morte de sua filha Isabella Nardoni em 2008, está mais próximo da liberdade. A notícia da sua progressão para o regime aberto foi divulgada pelo colunista de O Globo, Ancelmo Gois, e confirmada pelo g1 neste sábado, dia 24 de fevereiro de 2023.

A decisão da mudança do regime foi da juíza Marcia Beringhs Domingues de Castro, da 2ª Vara das Execuções Criminais, da Comarca de Taubaté, e deve-se ao trabalho realizado por Nardoni durante sua permanência na prisão. A defesa de Nardoni afirmou que não comentará a progressão.

A redução da pena e o trabalho realizado

No pedido feito à Justiça, a defesa de Alexandre mencionou que ele tem ‘boa conduta carcerária e nenhuma falta disciplinar grave’. Segundo a sentença da juíza Marcia Beringhs Domingues de Castro, Nardoni trabalhou por 277 dias, o que justificou a redução da pena em 96 dias.

A leitura também contribuiu para a redução da pena. Alexandre Nardoni permaneceu com o livro ‘Carta ao Pai’ de autoria de Franz Kafka, pelo período de 26 dias, apresentando uma resenha considerada fidedigna pela equipe responsável da prisão. A leitura faz parte do programa de incentivo chamado ‘Lendo a Liberdade’.

Regime aberto e suas regras

No regime aberto, o condenado cumpre pena fora da prisão, podendo trabalhar durante o dia, mas o mesmo deve se recolher em endereço autorizado pela Justiça. Devido a ausência de casas de albergado no Estado de São Paulo, os presos geralmente retornam para suas casas. Há uma série de regras que deverão ser respeitadas para manutenção do benefício, incluindo a permanência no endereço designado durante o repouso e nos dias de folga.

O preso também deve cumprir horários estabelecidos para ir e voltar do trabalho, não pode se ausentar da cidade onde reside sem autorização judicial e, quando determinado, deve comparecer em juízo para informar e justificar suas atividades.

Caso Isabella Nardoni

O assassinato de Isabella Nardoni, ocorrido em março de 2008, chocou o Brasil. Isabella, então com apenas cinco anos, foi jogada do sexto andar do apartamento onde morava o casal Nardoni, em São Paulo. O caso não foi considerado uma queda acidental, mas um homicídio, onde a menina foi agredida e depois arremessada. Alexandre Nardoni, pai de Isabella, foi condenado a mais de 30 anos de prisão pelo crime e cumpre pena na Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado desde então.

Atualmente, com a progressão para o regime semiaberto, Nardoni tem direito às saidinhas temporárias, benefício usado como forma de ressocialização dos presos e manutenção de vínculo deles com o mundo fora do sistema prisional.