AGU ainda não engoliu “Casas Bahia” do presidente do Ibama
Faz duas semanas, mas a Advocacia Geral da União (AGU) de Jorge Messias ainda não engoliu uma ironia do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. Questionado sobre a possibilidade de a AGU promover uma...
Faz duas semanas, mas a Advocacia Geral da União (AGU) de Jorge Messias ainda não engoliu uma ironia do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho (foto, à direita). Questionado sobre a possibilidade de a AGU promover uma mediação entre Ibama e Petrobras para destravar a licença ambiental que permitiria explorar petróleo na foz do rio Amazonas, Agostinho disse, no dia 24 de agosto, que não existe conciliação ou acordo em licenciamento ambiental. “Não é Casas Bahia”, comparou.
O Estadão noticia nesta quarta-feira (6) que a AGU estuda acionar a Comissão de Ética Pública contra Agostinho pela ironia. A reportagem destaca que essa é apenas uma das batalhas internas do governo que se auto-rotula de “União e Reconstrução”. As outras duas são a previsão de déficit zero para 2024, que isola o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no governo, e as pendengas entre civis e militares, que opõem os ministro da Justiça, Flávio Dino, e Defesa, José Múcio.
No caso da foz do Amazonas, também há dois ministros em lados opostos. Marina Silva (foto, à esquerda), do Meio Ambiente, segue tão irredutível quanto Agostinho na possibilidade de dar um jeitinho para liberar a exploração, enquanto o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, segue nos esforços para destravar a questão.
O imbróglio sobre a foz do Amazonas pôs em questão a presença de Marina no governo Lula, a exemplo do que ocorreu em 2008, quando ela deixou a administração federal por desentendimentos com o então ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, no âmbito do Plano Amazônia Sustentável. Desta vez, a ministra permaneceu no governo, mas explorar petróleo na foz do Amazonas ainda não saiu — e não dá sinais de que vá sair — dos planos da gestão Lula.
Em entrevista concedida ao Correio Braziliense na segunda-feira, a ministra reforçou o discurso de harmonia no governo. “Desde que o presidente Lula assumiu, ele tem colocado a agenda do desenvolvimento sustentável, do enfrentamento da mudança do clima e da questão do desmatamento no mais alto nível de prioridade. Todos os atos que estão sendo realizados pelo governo caminham nessa direção”, garantiu.
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