Agamenon: Pintou um “crima”
Você pode acusar o presidente Jair Bolsonaba de destruir o meio ambiente, mas não se pode negar que ele está preocupado com o clima. Principalmente o clima que pinta sempre que ele vê umas garotinhas "dimenor"...
Você pode acusar o presidente Jair Bolsonaba de destruir o meio ambiente, mas não se pode negar que ele está preocupado com o clima. Principalmente o clima que pinta sempre que ele vê umas garotinhas “dimenor”. Nesse quesito, ele também demonstra coerência religiosa, porque a atração por menores venezuelanas é uma prova de que ele é um pedófilo apostólico romano fervoroso. Aliás, eu gostaria de saber o que é que Jair Bozonaro estava fazendo com a ministra Damala Alves na fronteira do Brasil com o ridículo. Será que o presidente estava participando de um ritual canibalístico da maçonaria satânica? E qual foi a parte do índio que ele disse que comeria? Se for a bunda, isso prova que o presidente, apesar de homofóbico, é na verdade um canibal afetivo.
Nunca antes na história a campanha teve tanta baixaria. O povo brasileiro já estava acostumado com as sujeiras que faziam parte da nossa democracia. Mas, com a internet e as redes antissociais, isso mudou. Nos tempos atuais da atualidade moderna, por mais cabeluda e despropositada que seja uma fake news, ela vai sempre encontrar algum otário que, além de acreditar naquilo, vai fazer de tudo para convencer os outros que é verdade. Não dá mais pra distinguir uma singela mentira de uma inocente cascata…
Na eleição passada, quem começou a usar essa técnica de desinformação digital foi o Cartucho Bolsonaro, o filho 0-24 do presidente. Ele controlava as redes de seu pai e, através de grupos de WhatsApp, espalhou a história da famosa “mamadeira de piroca”, que o PT ia obrigar os pais a usar sempre que quisessem dar de mamar para as crianças trans. Mas, nesta eleição, o PT também aprendeu a fazer suas próprias “fofofakes”, como essa agora de que o Paulo Guedes vai acabar com o salário mínimo e estabelecer aposentadoria somente a partir de 100 anos, pra coincidir com o sigilo do Bolsonaro.
E qual foi a ideia genial que o juiz Alexandre Demorô, o Kojak do TSE, teve para acabar com essa pouca vergonha? Censurar a rádio Ku-Klux-Pan por ter chamando o Lula de ex-presidiário. Ora, o Lula não foi em cana e hoje está solto? Não há nenhum mal em alguém ser um ex-presidiário. O grande Nelson Mandela, por exemplo, ficou na cadeia muito mais tempo que o Lula e nunca processou ninguém. Eu atualmente sou um ex-telionatário, porque não consigo mais aplicar meus golpes em ninguém; por conta disso, sou obrigado a pedir o Auxílio Brasil. Mas eles disseram que só vão me dar o benefício de 600 reais se eu apresentar meu atestado de óbito.
A verdade, quer dizer, a mentira é que os candidatos estão tecnicamente empatados, e só há uma certeza: os institutos de pesquisa vão errar feio. Até hoje, nenhum dos dois futuros presidentes fez um depósito polpudo na minha conta bancária para comprar o meu voto. Também não ia adiantar nada, porque estou sujo no SPC, Serviço de Pobres Cancelados, onde existe até uma placa com o meu nome. Minha mãe me dizia que um sujeito mau-caráter e sem escrúpulos como eu deveria seguir a carreira de político. Mas eu, um jovem idealista e romântico, preferi achacar e ameaçar os outros exercendo a nobre profissão de jornalista isento e imparcial. Hoje, coitado, estou aqui, na Rua da Amargura, sem número, fundos, sem ter nem mesmo um índio para comer. Mas o canibalismo dá muito trabalho: pra gente comer um indígena a gente precisa de, pelo menos, umas quatro pessoas para segurar o nativo silvícola.
Agamenon Mendes Pedreira é jornalista investigativo investigado pela Polícia Federal.
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