Aécio tenta voltar pendurado no “PL da Dosimetria”
Candidato à Presidência em 2014, o deputado caiu em desgraça como o principal tucano atingido pela Operação Lava Jato
O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), candidato à Presidência da República em 2014, tenta retomar o protagonismo político com o “PL da Dosimetria”.
Atuando como se fosse alguém relevante na organização do acordo firmado na quinta-feira, 18, na casa do ex-presidente Michel Temer (MDB), o tucano tem concedido entrevistas reclamando a autoria da ideia.
No X, ele reproduziu o que disse à Bandnews:
“Há uma decisão do Supremo Tribunal Federal da qual ele não abrirá mão. A anistia para crimes de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito é impossível de acontecer, é inconstitucional por decisões anteriores e por palavras recentes de ministros do STF. Então, vamos cuidar do que é possível ser enfrentado. Sugeri que esse projeto passasse a tratar da dosimetria e talvez seja a oportunidade de o centro dar uma contribuição efetiva para superarmos, ao menos em parte, essa polarização.
Nós temos que encontrar um caminho de superação do impasse. Não vamos estimular que cheguemos, por exemplo, em 2026, às eleições nacionais com essa agenda da anistia ainda presente na decisão sobre o caminho que os brasileiros vão tomar.
Vamos tratar de permitir que aqueles que estão presos hoje possam retomar as suas vidas, que aqueles que estão com cautelares ainda em cumprimento possam superar essa etapa. E vamos cuidar do Brasil, não vamos ficar nessa agenda eleitoreira que atende aos extremos.
A expectativa é que o Supremo compreenda que algumas daquelas penas que possam ter sido exageradas possam ser diminuídas sem efeitos colaterais. Será que esse não é um preço razoável para o Brasil pagar para voltarmos a fazer política, onde adversários possam conversar e não se tratarem como inimigos? Porque nós não somos inimigos. Acho que temos uma oportunidade rara de voltar a conversar sobre o Brasil.
A anistia não passaria no Supremo e aí o impasse estaria criado. Talvez alguns queiram esse impasse, chegar na eleição com essa agenda, eu não quero. Minha contribuição é permitir que cheguemos na eleição discutindo a fragilidade desse governo na educação, na segurança pública e apresentando novas propostas para o Brasil. O Brasil não se resume aos projetos eleitorais de Lula e Bolsonaro e eu quero dar minha contribuição para que a gente volte a discutir o futuro deste país que não merece essa polarização na qual estamos mergulhados.”
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Lava Jato
O deputado, que presidiu a Câmara dos Deputados (2001-2002), governou Minas por dois mandatos (2003-2010) e também foi senador pelo estado (2011-2019), caiu em desgraça como o principal tucano atingido pela Operação Lava Jato.
Aécio foi absolvido em 2022 pela Justiça Federal em São Paulo no processo oriundo de denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República (PGR), quando ele era senador, pelo suposto recebimento de 2 milhões de reais em propina da J&F.
Além disso, em 2024, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou um inquérito que investigava o tucano a partir de delação premiada da OAS. Léo Pìnheiro, ex-presidente da Construtora, indicou que o pagamento de propina, entre 2010 a 2012, para Aécio.
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