Durante a audiência em que Sergio Moro foi ouvido como testemunha, o advogado Ariovaldo Moreira, que defende Walter Delgatti, questionou o ex-ministro sobre eventuais contatos dele com o delegado Flávio Zampronha e com o juiz Ricardo Leite.

“Qual a relação que o senhor tem com o juiz que preside essa audiência? O senhor é amigo dele, tem o telefone pessoal dele?”, questionou Moreira, como se usasse o próprio material hackeado para questionar Moro.

Leite reagiu: “Esse tipo de pergunta não vem ao caso, é até ofensivo. Vou indeferir esse tipo de pergunta.” 

“Para nós é muito claro que os senhores são muito próximos. O senhor tem em sua agenda o telefone do doutor Ricardo?”, emendou o advogado.

Moro rebateu: “Se o senhor tiver alguma suspeita concreta, e não especulações vazias, pode me perguntar diretamente.”

Moreira voltou à carga: “O senhor chegou a orientar o delegado da Polícia Federal a interceptar a cela onde Delgatti estava preso?

“Respondendo mais uma vez, nunca interferi na investigação”, disse Moro.

Leite reiterou que “perguntas vexatórias” seriam indeferidas. O procurador Guilherme Raposo também não gostou. “O doutor está tratando a testemunha como se fosse réu. Qual a pertinência sobre o fato, querendo sugerir que a testemunha teria agido ilicitamente durante a investigação? Sem nenhum fato concreto. Se tem fato concreto, apresente ao MP. Agora, na qualidade de testemunha, não pode ser constrangida.”