As acusações do senador Marcos do Val (Podemos-ES) sobre coerções para golpe impulsiona a CPI dos atos antidemocráticos no Senado Federal. Nesta quinta-feira (2), o parlamentar disse que foi coagido pelo ex-deputado Daniel Silveira a gravar conversa com o ministro Alexandre de Moraes, com conhecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

À imprensa, Do Val disse que abraçou Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Davi Alcolumbre (União-AP) após as eleições da mesa diretora ontem (1º) para parabenizá-los pela vitória, mas também, para cobrar a instalação da CPI. A aproximação dos senadores ontem levou a acusações de traição nas redes sociais, visto que Do Val declarou voto no candidato do ex-presidente, Rogério Marinho (PL-RN).

A O Antagonista, a senadora Soraya Thronicke (União-MS) disse que voltou a colher assinaturas, agora, dos novos parlamentares, para a instalação da CPI. Segundo Soraya, Pacheco teria prometido a ela dar andamento na comissão caso fosse reeleito.

Um dos nomes já garantidos na lista de assinaturas é o do senador Otto Alencar, líder do PSD. Em contato com este site, o parlamentar disse que não vai retirar a assinatura, e que, caso instalada a CPI, as declarações de Do Val também podem ser alvo de investigação. “Depois dos atos de 8 de janeiro, essas declarações revelam a segunda maior tentativa de ataque à democracia“, disse o parlamentar. “Trata-se da tentativa de um golpe com conhecimento e aquiescência do Presidente da República”.