Abin paralela: PF adia depoimento do general Augusto Heleno
A oitiva iria ocorrer no âmbito das investigações sobre a existência de um esquema de monitoramento ilegal dentro da Abin
A Polícia Federal (PF) adiou o depoimento do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que estava marcado para acontecer nesta terça-feira, 6.
A oitiva iria ocorrer no âmbito das investigações sobre o caso da Abin paralela. O adiamento atendeu a um pedido da defesa do ex-ministro, que solicitou acesso aos autos da investigação que apura a existência de um esquema de monitoramento ilegal dentro da Abin.
Como ministro do GSI, Heleno era responsável pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro.
Na época, o órgão de inteligência era comandado por Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Entenda o caso
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi chefe da Abin entre julho de 2019 a março de 2022, foi alvo, em 25 de janeiro, de uma operação da Polícia Federal que investiga o suposto monitoramento ilegal de autoridades e adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Como noticiou O Antagonista quando o caso foi revelado, a Abin na gestão Bolsonaro usou ferramentas de geolocalização em dispositivos móveis, como celulares e tablets, sem a devida autorização judicial e sem o conhecimento dos alvos.
O programa foi adquirido no final do governo Temer, poucos dias antes da posse de Jair Bolsonaro, e foi utilizado até parte do terceiro ano de seu mandato.
Em 29 de janeiro, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o Carluxo, foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) no âmbito das investigações sobre a Abin paralela.
Foram executados oito mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, Brasília, Formosa e Salvador.
Além de Carluxo, a PF também executou buscas contra dois assessores parlamentares e um policial federal. Os assessores e o agente da PF são apontados como intermediários entre a Abin e o vereador.
Segundo apurou O Antagonista junto a policiais federais, há a suspeita de que alguns relatórios paralelos da Abin foram produzidos a pedido de Carluxo justamente para atacar adversários políticos com uma estrutura montada no Palácio do Planalto.
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