A quem interessa o sucateamento das Forças Armadas?
Silvia Waiãpi (PL-AP) questiona governo Lula sobre cortes no orçamento da Defesa
A deputada Silvia Waiãpi (PL-AP) apresentou requerimento de informação para apurar o impacto do contingenciamento de verbas do governo para as Forças Armadas. O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, solicitou ao presidente Lula um aumento nos investimentos da pasta em meio às discussões sobre cortes no orçamento federal conduzidas pela equipe econômica.
Corte a longo prazo
O Ministério da Fazenda estuda reduzir em R$ 25,9 bilhões os gastos dos ministérios para o próximo ano. Múcio apresentou a Lula uma análise detalhada de 2014 a 2024, destacando que 2023 foi o ano com o menor valor destinado a despesas discricionárias e a investimentos em projetos estratégicos, agora sob o Novo PAC. Segundo o Ministério da Defesa, os recursos da pasta caíram 47% na última década.
Sucateamento
Para Waiãpi, as Forças Armadas passam por um processo de sucateamento sob a gestão petista. “Estive pessoalmente visitando a Capitania dos Portos do Estado do Amapá. A situação é grave, pois várias unidades da Marinha do Brasil sofreram uma redução de 25% nos investimentos”, afirmou.
A deputada acrescentou que a região amazônica carece de reforço na capacidade de monitoramento fluvial devido às fronteiras com países como a Guiana Francesa, conhecido por ser rota para o tráfico de pessoas e entorpecentes. “Retirar a capacidade de policiamento de uma força armada significa colocar em risco a soberania de uma nação. Vemos a atuação gravíssima de narcotraficantes, e a quem interessa enfraquecer as Forças Armadas diante dessa situação?”, questionou.
A parlamentar, que fez carreira no Exército, declarou ainda que o país precisa de um “aparato bélico potente”. O que vemos no Brasil, sobretudo neste governo, é um completo sucateamento das Forças Armadas, que pode se agravar ainda mais”, concluiu.
Defesa escanteada
O governo já informou ao Ministério da Defesa que o ajuste fiscal anunciado esta semana deverá impactar as Forças Armadas, contrariando solicitações feitas pelo ministro José Múcio Monteiro.
Múcio teve encontros com membros dos setores político e econômico do governo. Em conversas diretas, pediu que o ministério não fosse incluído no bloqueio de verbas.
Militares afirmam que um possível corte no orçamento pode comprometer as operações da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, especialmente devido à escassez de combustível. A equipe econômica, por sua vez, destacou que praticamente todos os ministérios serão submetidos a ajustes financeiros.
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