“A Lava Jato queria dar um caráter mais justo para a democracia”
A Crusoé, o procurador aposentado Carlos Fernando Lima falou do legado da operação e se defendeu das acusações
Nesta semana, após dar uma entrevista ao Estadão em que dizia que Lula deveria estar na cadeia, o procurador aposentado Carlos Fernando Lima foi alvo de uma nota da Secom. O texto oficial dizia que Lima estava em busca de fama e de objetivos políticos, além de afirmar que a Lava Jato, que dia 17 completa dez anos, causou danos para a economia e para a democracia. Em entrevista para Crusoé, ele fala do legado da operação e se defende das acusações. Leia um trecho:
Dez anos depois, qual é o legado da Lava Jato?
Nossa maior contribuição foi a informação que nós demos para a população. Com base em fatos, e não em achismos, nós mostramos que boa parte da política brasileira é financiada com dinheiro público. Isso se dá de forma ilícita, por meio da corrupção, e de formas pretensamente lícitas, como as emendas secretas do Orçamento. Essa é uma realidade que não se coloca em dúvida no país. Agora, todos nós sabemos que a política brasileira funciona assim. Eles podem tentar destruir as reputações dos envolvidos na Lava Jato ou a esperança que ela gerou nas pessoas, mas não conseguem se contrapor aos fatos, que continuam aí para quem quiser ver, basta olhar na internet.
Como está hoje o combate à corrupção?
A Lava Jato deu um bom motivo para que as empresas não aceitem entrar em projetos corruptos. Mesmo com todas as dificuldades, as companhias estão mais preparadas para dizer não a propostas indecorosas. Elas sabem que o custo de ser descoberto em um projeto corrupto é muito alto. No setor privado, portanto, a Lava Jato tem ajudado na prevenção da corrupção. Agora, falando do Ministério Público e da Polícia Federal, acredito que desde o governo de Jair Bolsonaro deflagrou-se uma série de ações que atrapalham o combate à corrupção.
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