A construção do palanque paulista
Sergio Moro anunciou hoje uma aliança com Arthur do Val, candidato ao governo de São Paulo pelo Patriota. A parceria atrai para a campanha morista o time do MBL e sua militância jovem e engajada nas redes sociais. É uma jogada certeira...
Sergio Moro anunciou hoje uma aliança com Arthur do Val, candidato ao governo de São Paulo pelo Patriota. A parceria atrai para a campanha morista o time do MBL e sua militância jovem e engajada nas redes sociais. É uma jogada certeira.
A pesquisa Ipespe, divulgada ontem, mostra que os piores índices de avaliação do governo (57% de ruim e péssimo) estão concentrados na faixa etária dos 16 aos 34 anos, justamente aquele eleitor que era fiel a Jair Bolsonaro.
Moro não pode deixar esses jovens, a maioria com apenas o ensino fundamental (59%) e sem trabalho (55%), migrarem para Lula. Entender a demanda desse eleitorado e falar sua linguagem é uma obrigação e o presidenciável do Podemos arrumou um ótimo parceiro.
A negociação envolve ainda a provável migração do “Mamãe, falei” para o Podemos de Renata Abreu, que mantém ótima relação com Rodrigo Garcia (PSDB) e Ricardo Nunes (MDB).
Hoje, a União Brasil deve formalizar seu apoio à candidatura de Garcia para o governo de São Paulo em 2022 — com Júnior Bozzella de vice. Sem Geraldo Alckmin na corrida estadual, o tucano deve polarizar com o petista Fernando Haddad ou com o socialista Márcio França, enquanto Arthur correrá por fora.
Naturalmente, se a candidatura do integrante do MBL ganhar musculatura, mas não for suficiente para chegar ao Palácio dos Bandeirantes, o espaço político e os votos poderão ser negociados com Garcia durante a campanha, abrindo um palanque mais robusto para Moro, caso o ex-juiz confirme sua liderança na Terceira Via.
Embora tenha apadrinhado a migração de Garcia do DEM para o PSDB, João Doria mantém índices de rejeição muito altos em São Paulo e acabará se tornando um fardo para seu sucessor.
A aliança entre PSDB, Podemos e União Brasil no maior colégio eleitoral do país pode ser a última trincheira contra o avanço do projeto petista — e quem sabe a vanguarda do projeto morista.
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