130 árvores serão cortadas no Jardim de Alah após autorização da prefeitura do RJ
Com cerca de 95 mil metros quadrados, o Jardim de Alah abriga espécies nativas da Mata Atlântica.

A revitalização do Jardim de Alah, localizado entre Ipanema e Leblon, no Rio de Janeiro, é um projeto que visa transformar esta área icônica em um polo comercial e de lazer.
Liderado pelo empresário Alexandre Accioly, o projeto envolve a retirada de 130 árvores, algumas com mais de 80 anos, para dar lugar a novas construções.
A proposta está sendo desenvolvida pelo Consórcio Rio + Verde e inclui empresas como Accioly Participações, DC Set Group, Opy Soluções Urbanas e Pepira.
Com cerca de 95 mil metros quadrados, o Jardim de Alah abriga espécies nativas da Mata Atlântica.
As mudanças planejadas pretendem integrar lojas, restaurantes e outros estabelecimentos ao espaço, em um investimento avaliado em R$ 110 milhões, com mais R$ 20 milhões destinados anualmente à manutenção.
No entanto, a ideia de transformar o parque em um empreendimento comercial tem gerado preocupações entre moradores e defensores do meio ambiente.
Quais são as consequências ambientais do projeto?
A retirada das árvores se tornou um ponto de discórdia. As árvores, algumas tombadas pelo patrimônio, são essenciais para o equilíbrio ecológico da região.
Além da preocupação ambiental, há um forte sentimento de ligação afetiva entre a população local e a vegetação existente.
Críticos, como a atriz Julia Lemmertz, têm se manifestado publicamente contra o corte das árvores, alegando que muitas delas não serão replantadas.
Em resposta, o Consórcio Rio + Verde informou que planeja plantar cerca de 300 novas árvores, aumentando em 41% a arborização atual do local.
Apesar disso, a resistência ao projeto também se manifestou por meio de obstáculos judiciais. Em abril de 2024, a Justiça do Rio de Janeiro suspendeu temporariamente as reformas para analisar questões legais e culturais envolvidas.
Como o projeto pretende conciliar modernidade e tradição?
Os arquitetos Miguel Pinto Guimarães e Sergio Conde Caldas, responsáveis pelo projeto, pretendem resgatar a essência do Jardim de Alah, oferecendo um ambiente renovado, mas preservando sua identidade histórica.
O plano inclui pontes para pedestres e instalações culturais e esportivas, permitindo uma conexão mais harmônica com os bairros adjacentes. As estruturas tombadas serão mantidas, garantindo que a revitalização respeite o legado histórico do local.
Outro aspecto do projeto é a construção de um estacionamento subterrâneo, solucionando parte dos problemas de infraestrutura sem interferir na visualidade do parque.
O objetivo é integrar as novas funcionalidades de forma que não sejam necessárias barreiras físicas, buscando uma livre circulação entre o parque e o entorno.

Quais são as expectativas futuras para o Jardim de Alah?
A expectativa é que o novo Jardim de Alah se torne um exemplo de urbanismo sustentável, com um aumento da área verde e a inclusão de novas atrações comerciais e gastronômicas.
Os responsáveis pelo projeto esperam que a renovação traga mais visitantes e impulsione a economia local, sem deixar de lado a importância histórica e cultural do parque.
As transformações propostas para o Jardim de Alah provocam intensas discussões sobre como cidades podem crescer de maneira sustentável, respeitando o patrimônio histórico e o meio ambiente.
À medida que o projeto avança, continua a ser uma prova de como o desenvolvimento urbano pode, ou deveria, equilibrar modernização com preservação cultural e natural.
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