Nos bastidores da política mineira, entre idas e vindas de ideias e planos para a sucessão presidencial de 2026, que provavelmente contará com a presença do governador Romeu Zema (Novo), seja como cabeça de chapa — o que é improvável — ou seja como candidato a vice-presidente em alguma coligação de direita, a mais nova conjectura dá conta de uma tentativa de aliança entre Novo e PSD, em que Zema comporia uma chapa encabeçada por Ratinho Júnior, governador do Paraná.

Afinidades ideológicas e boa interlocução entre os governadores podem de fato facilitar um acordo, que teria, segundo membros do Novo em Minas, a simpatia de Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD. E uma prova de “sintonia administrativa” é o modelo de privatização da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) proposto pelo Executivo mineiro na quinta-feira, 14, quando o vice-governador Mateus Simões protocolou o projeto na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Almas gêmeas

Um dos caminhos de Zema seria o modelo “Corporation”, que prevê a pulverização das ações de uma companhia, como proposto por Ratinho Júnior (PSD), para a desestatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel). Gustavo Valadares, secretário de governo, durante audiência pública com deputados estaduais em setembro passado, afirmou: “A Copel passou por um processo de corporação. Não foi privatização. Em Minas, o que vamos trabalhar é nesse sentido, mantendo o patrimônio dos mineiros”.

O espelho no Paraná foi confirmado ao portal O Fator, parceiro de O Antagonista em Minas, por fontes a par da construção do projeto. Atualmente, o governo mineiro tem cerca de 17% das ações da Cemig. Paralelamente, possui 51% das chamadas ações ordinárias, que dão direito a voto. O processo de pulverização da Copel foi oficializado em comunicado enviado ao mercado em agosto de 2023. Na Assembleia paranaense, o tema foi aprovado em novembro de 2022, um mês após a reeleição de Ratinho Junior.